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Introdução

Definição

A DIP é uma infeção com inflamação do trato genital feminino – colo do útero, útero ou trompas, podendo alastrar a outros órgãos.  

Frequência

É difícil avaliar a sua frequência porque pode não dar sintomas. A OMS estima que 10 a 20 mulheres em cada 1000 possam sofrer desta doença por ano, frequentemente mulheres jovens, com múltiplos parceiros ou mudança recente de parceiro sexual.

Causa

A DIP é causada por micro-organismos responsáveis por infeções sexualmente transmissíveis - ISTs. Os mais frequentes são a Chlamydia trachomatis (Clamídia) e Neisseria Gonorrhoeae (gonorreia).

Sinais e sintomas

Os sintomas da DIP são geralmente consequência da zona afetada pela infeção. Quando esta está limitada ao colo do útero – cervicite – a queixa mais frequente é a de um corrimento amarelo ou esverdeado, com odor intenso e desagradável, ocasionalmente com prurido. Pode também ocasionar dor ou perda de sangue durante as relações sexuais. Se estiver envolvida a cavidade do útero – endometrite – pode haver dor tipo moinha pélvica (“como antes de menstruar”).

Em alguns casos, a infeção pode espalhar-se e atingir as trompas de Falópio, que ligam o útero aos ovários. Nestes casos, é comum haver dor pélvica ou abdominal mais forte, com febre associada.

Nos casos mais graves, a infeção pode estender-se à cavidade abdominal e pélvica e inflamar os órgãos adjacentes – pelvi-peritonite. Nestas situações é frequente a dor que impede a marcha, a falta de apetite e febre que não cede à medicação.

O que fazer

Qualquer queixa de corrimento com cor amarela ou esverdeada, cheiro intenso ou prurido associado deve ser relatada a um profissional de saúde. Este realizará o exame ginecológico para determinar o local de infeção, e poderá ser colhida uma amostra do corrimento (teste do exsudado vaginal). A medicação deverá ser iniciada nesse dia.

Se houver dor abdominal e/ou febre associada ao corrimento, a doente deverá dirigir-se ao Serviço de Urgência, para realizar exame ginecológico e análises. Pode ser necessária a ecografia para avaliar eventuais complicações, como por exemplo abcesso pélvico.

Tratamento

O tratamento da doença inflamatória pélvica consiste na administração de antibióticos para erradicar a infeção presente e de medicação para alívio dos sintomas (por exemplo, paracetamol para alívio das dores e febre). Seja qual for o agente causador, recomenda-se sempre o tratamento do parceiro e a abstinência sexual durante pelo menos 7 dias. Após este prazo, é imperativo o uso do preservativo, para evitar a reativação da infeção.

Nos casos mais simples, os antibióticos podem ser administrados por via intra-muscular e por via oral, e a vigilância pode ser feita em ambulatório, com controlo periódico dos sinais de infeção e reavaliação do corrimento em 3-4 semanas. O tratamento com antibiótico costuma durar entre 7 a 14 dias, embora normalmente haja melhoria do quadro clínico nas primeiras 48 horas.

Nos casos mais graves, por exemplo na presença de gravidez, abcesso pélvico ou de vómitos que não cedem, pode haver necessidade de internamento e administração de antibióticos por via endovenosa. Se não houver resposta, pode ser preciso intervir com cirurgia para drenar o abcesso e limpar o processo inflamatório. Esta cirurgia pode ser realizada com o abdómen aberto (laparotomia) ou por pequenos acessos através da pele com o abdómen fechado (laparoscopia).

Evolução / Prognóstico

Se a infeção for detetada e tratada cedo, pode esperar-se uma resolução completa em 2 semanas, sem consequências a longo prazo.

Após evolução prolongada, é mais provável formarem-se abcessos ou a infeção espalhar-se pelo abdómen, tornando necessária a cirurgia para retirar as porções afetadas (parte da trompa ou do ovário). A inflamação pode levar à formação de tecido cicatricial que altera a estrutura das trompas, tornando mais difícil engravidar ou causando dor pélvica crónica.

Prevenção / Recomendações

A maior parte dos micro-organismos que causam a doença inflamatória pélvica são transmitidos por contacto sexual. Assim sendo, é da maior importância o uso sistemático do preservativo.

Deve ser procurado tratamento assim que forem notados os primeiros sintomas, para evitar a progressão da doença e as suas consequências futuras.

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