Risco dos fármacos e aleitamente materno

De uma forma geral, na ausência de uma contra-indicação absoluta ao aleitamento materno, quase todos os fármacos são compatíveis e seguros, fazendo com que o benefício do aleitamento supere em larga medida o risco de complicações para o recém-nascido e para a mãe.

No caso particular da Alergologia Pediátrica, os fármacos com perfil de segurança mais desfavorável englobam os anti-histamínicos de primeira geração (pelo risco de sedação e de redução láctea) e os descongestionantes nasais (devido a efeitos cardiovasculares e irritabilidade, e pela absorção irregular pela mucosa nasal)2,3.

Relativamente aos broncodilatadores, deve ser preferida a via inalatória a outras formas de administração.

No caso particular dos corticóides, deve ser administrada a dose mínima eficaz, preferencialmente por via inalada (no caso de ser imprescindível a via oral, a sua toma deverá ocorrer 4 horas antes da amamentação), e cuidados de limpeza da mama devem ser implementados no caso de aplicação tópica de pomadas contendo estas substâncias.

Por fim, dada a escassez de estudos em idade pediátrica relativamente à idade adulta quanto a muitos destes fármacos, é questionado um risco associado ao aleitamento, mais por falta de evidência inequívoca do que pelo seu perfil de segurança. Nestes casos, e sempre que possível, deve ser procurada uma alternativa terapêutica dentro do mesmo grupo farmacológico.

A tabela seguinte pretende sumariar o risco de alguns fármacos prescritos em Alergologia Pediátrica em Portugal para o aleitamento materno.