Dismenorreia primária
Introdução
Definição
A dismenorreia, também conhecida como dor menstrual, é uma dor em cólica nos quadrantes abdominais inferiores que surge durante a menstruação.
A dismenorreia primária é aquela que não tem qualquer problema de saúde associado. A dismenorreia secundária, por outro lado, surge quando há alguma doença pélvica associada.
Frequência
A prevalência da dismenorreia nas adolescentes pode atingir os 93%.
Causa
A dismenorreia primária é causada pela contração exagerada do músculo e das artérias do útero durante a menstruação.
Sinais e sintomas
As adolescentes com dismenorreia primária vão referir uma dor abdominal inferior que pode irradiar ou não para o dorso ou membros inferiores e, ainda, lombalgias, cefaleias, sensação de cansaço, náuseas, vómitos, diarreia.
Os sintomas podem começar algumas horas antes do início da menstruação e durar 1 a 3 dias após o início da mesma.
O que fazer
Nos casos mais simples, as queixas têm curta duração e cedem com calor local, exercíciou ou medicação.
Deve estar alerta no caso de surgirem outros sintomas/queixas, nomeadamente uma dor que não alivia com a medicação, sensação de desmaio/desmaio, corrimento com cheiro fétido, situações perante as quais deverá recorrer ao médico assistente.
Embora na maioria das jovens a dismenorreia seja primária, poderá ser necessário proceder a um exame físico e pedir exames auxiliares de diagnóstico para excluir outras patologias, quando não há resposta ao tratamento.
Tratamento
O tratamento de primeira linha da dismenorreia primária são os Anti-Inflamatórios Não Esteróides (AINEs), que podem ser iniciados 1 a 2 dias antes do início da menstruação nos casos mais graves e mantidos por 2 ou 3 dias após o início da mesma.
Nas adolescentes que não respondem ou não toleram a terapêutica com AINEs, poderá ser iniciada a terapêutica com contraceptivos combinados, que, nas jovens sexualmente ativas, pode ser considerada uma medicação de primeira linha, uma vez que trata a dismenorreia e previne a gravidez não desejada.
Outras terapêuticas como os antibióticos ou a cirurgia estão reservadas para situações de dismenorreia secundária.
Evolução / Prognóstico
Modo geral, a resposta ao tratamento com AINEs e contracetivos combinados é boa.
As adolescentes que não respondem à terapêutica, devem receber especial atenção no sentido de serem excluídas causas secundárias de dismenorreia, podendo ser necessária a observação por um ginecologista.
Quanto ao prognóstico, tendo em conta que a idade, paridade, número de nados vivos e uso de contraceção oral são fatores relacionados com a prevalência da dismenorreia, é de esperar que esta diminua com o envelhecimento, o maior número de partos/nados-vivos e uso de contraceção oral.
Prevenção / Recomendações
O consumo de frutas e vegetais parece estar relacionado com um redução do risco de dismenorreia, pelo que é recomendada uma dieta rica nestes alimentos.
Parece haver uma correlação positiva entre o consumo de tabaco e o stress e a dismenorreia, pelo que se deve recomendar a cessação tabágica e diminuição de níveis de stress.
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