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Introdução

Definição

A Rinite Alérgica (RA) é uma inflamação da mucosa que recobre o interior do nariz, causada por uma alergia.

Frequência

É uma das doenças crónicas mais frequentes no mundo, e a mais comum que afecta o sistema respiratório. O aparecimento dos sintomas é raro antes dos 2 anos de idade, tornando-se mais frequente a partir da idade pré-escolar.

Causa

A RA resulta de uma resposta exagerada do nosso sistema imunológico a substâncias externas, chamadas alergénios, como o pó da casa, o pólen e a pele ou pelos de animais. Ocorre mais frequentemente em pessoas com antecedentes familiares de alergia e que estejam mais expostas a alergénios.

Sinais e sintomas

Os principais sintomas da rinite alérgica são o nariz “entupido”, com sensação de obstrução e dificuldade na entrada de ar, escorrência de muco claro-aquoso, contínuo pelo nariz (“nariz a pingar”), espirros, muitas vezes de forma repetitiva e comichão no nariz, que faz com que as crianças o “esfreguem”  com frequência. Muitos doentes apresentam também sintomas oculares, como vermelhidão, comichão e lacrimejo ocular (conjuntivite alérgica). A escorrência de muco para a garganta, principalmente quando a criança está deitada, pode provocar comichão na garganta e tosse.

A obstrução e inflamação do nariz faz também com que os doentes tenham necessidade de respirar com a boca aberta, causando muitas vezes roncos, perda de olfacto, sensação de boca seca e dores de cabeça. Comichão nos ouvidos, palato e sangramento nasal também podem ocorrer.

A rinite pode ser leve, com sintomas mínimos, ou moderada-grave com sintomas mais graves. Quanto à frequência, pode ser persistente, isto é, os sintomas mantêm-se durante vários meses ou mesmo todo o ano; ou intermitente, quando os sintomas se manifestam por períodos mais curtos, coincidindo muitas vezes com o contacto ocasional ou breve com o alergénio.

Os sintomas da RA podem ser muitos incómodos e afectar gravemente as actividades diárias da criança. Em alguns casos a causa alérgica é clara, mas existem outras causas de rinite com manifestações semelhantes como constipações ou outras infecções respiratórias.

O que fazer

Quando os sintomas persistem por um longo período de tempo, ou recorrem e existe alguma associação percebida entre os sintomas e o contacto com alguma substância deve consultar-se o médico, para que este possa fazer o diagnóstico e iniciar o tratamento o mais cedo possível, evitando deste modo complicações.

O diagnóstico baseia-se principalmente nos sintomas, mas o médico avaliará a necessidade de realizar provas alérgicas ou outros exames.

Tratamento

As medidas de controlo ambiental, com evicção (afastamento) dos alergénios e irritantes são fundamentais para atingir um controlo da sintomatologia, e devem envolver o domicílio, assim como o ambiente escolar da criança.

O tratamento farmacológico depende da persistência e da gravidade da sintomatologia, e inclui o uso de medicação oral e também medicamentos que se aplicam no nariz. Estes medicamentos podem ser utilizados em monoterapia ou associados, até um melhor controlo da sintomatologia. Os anti-histamínicos orais são o tratamento inicial mais frequentemente utilizado por diminuírem os sintomas nasais (comichão, escorrência e espirros). No caso de sintomas graves o corticóide tópico nasal também deve ser utilizado.

A higiene nasal é fundamental no tratamento da rinite. O soro fisiológico ou água do mar podem aliviar a irritação do nariz, humedecer a mucosa e auxiliar na remoção das secreções. Com isso, proporcionam alívio temporário da obstrução nasal e melhoram o olfacto.

Existe também um tratamento com vacinas, chamado imunoterapia específica, para doentes com alergias comprovadas associadas à rinite, que consiste na administração de pequenas quantidades do alergénio periodicamente, para que o organismo deixe de reagir ao mesmo. Está indicada para doentes que não estão controlados com os medicamentos e medidas ambientais, em doentes que não desejam fazer uso de medicação contínua ou apresentam efeitos colaterais indesejados. Também nos casos onde não é possível afastar o alergénio (ácaros e pólenes) e nos doentes com rinite sazonal (isto é, surge em algumas estações do ano) que iniciam sintomas de asma. Existem dois tipos de imunoterapia, sublingual (medicação em baixo da língua) e subcutânea (injectável), normalmente realizadas durante 3 a 5 anos. A imunoterapia deve ser recomendada por especialistas e a injectável realizada em locais aptos a tratar eventuais reacções.

O tratamento cirúrgico, está raramente indicado nas crianças, expecto na presença de defeitos da face ou crânio, ou complicações do foro otorrinolaringológico.

Evolução / Prognóstico

A rinite alérgica não tem cura, mas os sintomas podem atenuar com a idade. O tratamento adequado permite controlar os sintomas por períodos prolongados e melhorar a qualidade de vida das crianças. Deste modo, pode evitar-se algumas das complicações associadas, tais como otites, pólipos no interior do nariz, perda do olfacto, dores de cabeça, alterações do sono, dificuldades de aprendizagem e fala e consequentes problemas sociais.

Prevenção / Recomendações

As mudanças no ambiente, com evicção dos alergénios e irritantes, principalmente o fumo de tabaco, são fundamentais na prevenção, controle dos sintomas e consequentemente na redução do uso das medicações.

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