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Introdução

Definição

Na pericardite há inflamação do saco ou membrana que envolve o coração (pericárdio) e pode acumular-se líquido nesse compartimento (derrame pericárdico), ou ocorrer espessamento do pericárdio (pericardite constritiva), que podem perturbar a função do coração.

Frequência

A pericardite é uma doença relativamente rara em crianças, mas a sua frequência aumenta na adolescência.

Causa

A causa nem sempre é identificada, mas as mais comuns são: infecção (especialmente por alguns vírus bastante comuns), cirurgia cardíaca há menos de 2 semanas, neoplasias, doença renal ou reumatológica.

Sinais e sintomas

Os sintomas de pericardite aparecem, normalmente, dias a semanas depois de uma constipação ou gastroenterite aparentemente banais. As manifestações podem variar consoante a causa da pericardite.

O sintoma mais frequente é a dor no peito, que pode irradiar para o pescoço, ombros ou membros superiores. Habitualmente a dor agrava com a respiração, a tosse e a posição deitada de barriga para cima e alivia na posição sentada com o tronco inclinado para a frente. Pode associar-se febre, dor abdominal, tosse e falta de ar.

O que fazer

Quando há suspeita de pericardite, a criança deve ser observada por um especialista em Cardiologia Pediátrica. O electrocardiograma e determinadas análises sanguíneas são úteis ao diagnóstico, mas é essencial realizar um ecocardiograma para avaliar a presença de derrame pleural e as suas consequências na função do coração.

Por vezes pode ser necessário analisar secreções, urina e fezes, para pesquisar a causa da doença.

Tratamento

O tratamento da pericardite deve ser direccionado à resolução da dor e da inflamação. Normalmente são utilizados anti-inflamatórios não esteróides (AINEs), como ibuprofeno ou aspirina. Recomenda-se ainda a restrição da actividade física até haver resolução completa dos sintomas e normalização das alterações detectadas nos exames realizados.

Nos doentes com maior risco justifica-se admissão hospitalar e pesquisa da causa da pericardite. No caso de serem identificadas determinadas infecções, especialmente bacterianas, as mesmas devem ser tratadas.

Quando ocorre acumulação de pus (pericardite purulenta), ou de um volume significativo de derrame pericárdico, recomenda-se a sua remoção através de drenagem pericárdica, que pode ter de ser realizada no bloco operatório. Quando não é possível remover todo o líquido acumulado, ou quando o pericárdio se torna muito espesso, pode ser necessário criar uma janela pericárdica, que consiste em remover cirurgicamente uma porção de pericárdio.

Nos casos em que não há resposta ao tratamento com AINEs, ou quando há múltiplas recorrências ou duração muito prolongada da doença, pode haver benefício em administrar outro tipo de fármacos, menos comuns (colchicina, corticosteróides, etc.)

Evolução / Prognóstico

A maioria dos casos de pericardite são autolimitados e não têm complicações significativas ou recorrência.

O prognóstico é mais reservado nas pericardites provocadas por infecções bacterianas, especialmente Staphylococcus aureus, em que o risco de morte é significativo, especialmente nos doentes mais jovens, subnutridos, com infecções graves, no caso atraso no diagnóstico, drenagem incompleta do derrame pericárdico ou infecção do músculo cardíaco.

A pericardite constritiva é uma complicação rara, que normalmente se desenvolve algumas semanas após o diagnóstico e é mais frequente após um episódio de pericardite purulenta ou tuberculosa.

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