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Introdução

Definição

O hipotiroidismo é a situação resultante da diminuição da atividade das hormonas produzidas pela glândula tiroide. O hipotiroidismo pode ser congénito (isto é, pode estar presente desde o nascimento) ou adquirido.

Frequência

O hipotiroidismo congénito é mais frequente no sexo feminino e nos recém-nascidos com peso inferior a 2000g ou superior a 4500g.

Já o hipotiroidismo adquirido primário é mais frequente em indivíduos mais velhos, no sexo feminino, nos caucasianos e naqueles que têm outras doenças autoimunes, como por exemplo, com doença celíaca ou diabetes mellitus tipo 1, ou com síndromes genéticas, como a Síndrome de Down ou de Turner.

Causa

O hipotiroidismo congénito pode resultar de defeitos estruturais da tiroide (chamados disgenesias) ou na incapacidade em produzir hormonas (disormonogêneses).

A causa mais frequente de hipotiroidismo adquirido é a Tiroidite de Hashimoto. No entanto, há outras causas de hipotiroidismo: a tiroidite subaguda (geralmente causada por um vírus), o uso de certos medicamentos, a falta ou o excesso de iodo, uma lesão da glândula tiroide por uma cirurgia, ou radioterapia, uma doença no cérebro que interfira com a produção da hormona que estimula a tiroide, entre outras.

Sinais e sintomas

O recém-nascido com hipotiroidismo congénito pode não apresentar sintomas ao nascimento, devido à passagem de hormonas da mãe através da placenta. Com o tempo, podem surgir dificuldades alimentares, sucção débil, choro fraco, sonolência excessiva. Se não for diagnosticado atempadamente, a criança fica com um atraso mental grave, com baixa estatura e com caraterísticas faciais típicas (face grosseira inexpressiva, língua grande, lábios inchados…).

Quanto ao hipotiroidismo adquirido, na maioria das vezes, as crianças e jovens não apresentam qualquer sintoma na altura em que são diagnosticadas. Nos casos de hipotiroidismo mais severo, a criança começa por crescer “pior” e posteriormente surgem outros sintomas como falta de concentração na escola, intolerância ao frio, pele seca, queda de cabelo, dores musculares e obstipação. 

Muitas vezes a tiroide parece “aumentada”, o chamado bócio. A criança pode ainda apresentar excesso de peso aparente (por retenção de líquidos), uma face redonda e pouco expressiva, diminuição do ritmo cardíaco e alterações dos músculos e dos tendões. 

O que fazer

O hipotiroidismo congénito é uma das doenças incluídas nos programas de rastreio neonatal existentes em vários países e vulgarmente conhecidos como teste do pezinho. Caso o rastreio seja positivo, o resultado deve ser confirmado com análise ao sangue. A tiroide deve ser avaliada por ecografia ou cintigrafia, com a finalidade de identificar a causa do hipotiroidismo. 

Perante uma suspeita de hipotiroidismo adquirido, devem ser efetuadas análises ao sangue, que avaliam a T4 livre (hormona produzida pela tiroide) e a TSH (hormona produzida pela hipófise, localizada no cérebro, que estimula a tiroide). Se a T4L estiver baixa e a TSH aumentada, estamos perante um hipotiroidismo primário, por doença da tiroide. Nessas circunstâncias, deverá ser avaliada a presença de anticorpos contra a tiroide. A presença de anticorpos faz o diagnóstico de Tiroidite de Hashimoto. Raramente, poder ser necessário fazer uma ecografia à tiroide, se houver alguma alteração na palpação da tiroide, como, por exemplo, um nódulo. 

No caso raro de a T4L estar diminuída e a TSH estar também diminuída, ou inapropriadamente normal, estamos perante um hipotiroidismo central, por disfunção da hipófise. Nessas circunstâncias, poderá ser necessário efetuar uma ressonância cerebral. 

Tratamento

O tratamento do hipotiroidismo é feito com hormona da tiroide. A dose é calculada em função do peso e deve ser administrada de manhã, em jejum, para facilitar a sua absorção. Depois de iniciar o tratamento, deve fazer análises regulares para controlar se a dose é a indicada para os níveis de hormonas se manterem normais.

Evolução / Prognóstico

O hipotiroidismo congénito tem bom prognóstico se identificado e tratado rapidamente. No então, é necessário que se faça um acompanhamento do desenvolvimento psico-motor da criança. Geralmente, é necessário tratamento com hormona da tiroide para toda a vida. Nos casos em que se suspeite que ele possa ser transitório, a situação deverá ser reavaliada após suspensão da hormona da tiroide depois dos 3 anos. 

Por outro lado, alguns doentes com tiroidite persistem por muitos anos com anticorpos positivos mas uma função tiroideia normal. Esta situação deve ser reavaliada com análises 1-2 vezes por ano e geralmente não traz nenhum sinal ou sintoma.

Prevenção / Recomendações

Nas crianças com risco aumentado de hipotiroidismo, como os diabéticos, celíacos, as crianças com Síndrome de Down, etc, a função da tiroide deve ser avaliada de forma regular. 

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