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Introdução

Definição

Na miocardite há inflamação e destruição de parte do músculo do coração. Como consequência, o coração pode ficar dilatado e incapaz de bombear normalmente o sangue.

Frequência

A miocardite é uma doença relativamente rara que afecta menos de 1 em cada 1000 crianças.

Causa

A causa nem sempre é identificada, mas as mais comuns são: infecção (especialmente por alguns vírus bastante comuns), doenças auto-imunes, intoxicações ou alergias graves.

Sinais e sintomas

Os sintomas de miocardite aparecem, normalmente, dias a semanas depois de uma constipação ou gastroenterite aparentemente banais. As manifestações dependem da gravidade da miocardite, podem instalar-se rapidamente ou ir surgindo ao longo de vários dias. Nos casos mais ligeiros pode não haver qualquer sintoma de doença cardíaca.

Os primeiros sintomas são, normalmente, prostração, febre baixa e palidez, usualmente associada a diminuição do apetite, vómitos e dor abdominal. Mal-estar geral, transpiração e cansaço muito exagerados, mãos e pés anormalmente frios, palpitações e diminuição da quantidade de urina também são frequentes. A respiração rápida, tosse e falta de ar também podem ser evidentes, numa fase mais avançada da doença.

Os recém-nascidos e crianças mais jovens podem apresentar maioritariamente irritabilidade. As crianças mais velhas e os adolescentes podem referir dor no peito e apresentar inchaço nos pés.

O que fazer

Quando há suspeita de miocardite, a criança deve recorrer a um serviço de urgência ou médico assistente e ser observada por um especialista em Cardiologia Pediátrica. O electrocardiograma, a radiografia torácica e determinadas análises sanguíneas são úteis ao diagnóstico, mas é essencial realizar um ecocardiograma para avaliar a estrutura e função do coração.

Pode também ser necessário realizar uma ressonância magnética para compreender melhor estes parâmetros e o grau de inflamação do músculo cardíaco.

Por vezes pode ser necessário analisar secreções, urina e fezes, para pesquisar a causa da doença.

Tratamento

O tratamento da miocardite deve ser adequado aos sintomas e ao impacto da doença na função cardíaca. Normalmente é monitorizada a frequência cardíaca e restantes sinais vitais em regime de internamento e pode ser necessário administrar oxigénio e medicamentos endovenosos.

Consoante a gravidade da apresentação clínica, o tratamento farmacológico pode incluir: fármacos diuréticos e outros que baixem a tensão arterial, para reduzir o esforço do coração e optimizar a recuperação do músculo cardíaco; anticoagulantes, de forma a prevenir a formação de trombos intracardíacos; tratamento de eventuais arritmias; administração endovenosa de fármacos do grupo dos inotrópicos, que potenciam a função do coração, ou mesmo utilização de dispositivos externos que substituem temporariamente a função do coração, necessários apenas nos casos mais graves e em regime de cuidados intensivos.

Recentemente, têm sido propostos vários tratamentos que visam interferir nos mecanismos que estão na base da doença. Destaca-se a administração endovenosa de fármacos imunomoduladores, que alteram a função imunitária e que têm o potencial de reduzir a inflamação do músculo cardíaco, principalmente após a fase mais aguda da doença. São exemplos deste grupo: anticorpos, corticóides e imunossupressores mais específicos. A administração de antivíricos também pode ser benéfica, em casos selecionados. O desenvolvimento de uma vacina que proteja contra a infecção por determinados vírus, mais frequentemente implicados na miocardite, poderá contribuir decisivamente para o combate a este tipo de miocardite.

Evolução / Prognóstico

Actualmente, a grande maioria dos doentes admitidos no hospital sobrevive. Em aproximadamente metade dos casos a recuperação é completa, mas há risco de sequelas futuras, pelo que crianças e adultos com história de miocardite devem manter um acompanhamento médico regular.

A longo prazo, uma porção significativa dos doentes, embora estejam assintomáticos, mantém alterações evidentes em alguns exames, como o electrocardiograma, seja em repouso ou durante o esforço, e a radiografia torácica.

Por outro lado, estima-se que um terço dos sobreviventes venha a necessitar de transplante cardíaco. A idade mais jovem e a manifestação inicial de insuficiência cardíaca, são factores de mau prognóstico.

A miocardite aguda em recém-nascidos tem-se revelado uma doença muito grave e com elevado risco de mortalidade, particularmente quando causada por infecção por determinados vírus.

Em crianças mais velhas a mortalidade é bastante menor, e o risco diminui substancialmente após a primeira semana de doença.

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