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Introdução

A alergia alimentar é uma reação adversa a um alimento que é reconhecido como estranho pelo organismo, e ocorre sempre que o doente é exposto a esse alimento.

Frequência

A alergia alimentar tem vindo a aumentar nas últimas décadas. Estima-se que afete cerca de 5-10% da população pediátrica, com um pico de ocorrência no 1º ano de vida.

Causa

Os causadores da alergia dependem do ambiente em que o doente está inserido e dos alimentos com os quais contacta. Qualquer alimento pode ser o causador, mas na maioria dos casos a alergia deve-se a: leite de vaca, soja, ovo, peixe, marisco, amendoim, frutos de casca rija e trigo.

Pode haver reação a um alimento diferente, quando este tem uma estrutura semelhante ao alimento que causa alergia e por isso é também capaz de causar reação alérgica.

Sinais e sintomas

Dentro do possível, os pais ou o doente deverão tentar descrever os sintomas que ocorreram após o contacto com o alimento suspeito. 

Alguns sintomas que podem ocorrer são: manchas vermelhas com relevo e comichão na pele, lábios e caros inchados e sensação de comichão na boca e garganta.

A reação alérgica pode ser leve ou grave.

Se a reação alérgica for grave pode haver além dos sintomas já descritos: inchaço da garganta com ruído ao respirar e dificuldade a respirar, vómitos, diarreia e desmaio.

O que fazer

Para o diagnóstico de alergia alimentar o médico necessita de saber a seguinte informação:

  • História de outras doenças alérgicas como pele atópica, rinite alérgica, asma, outras alergias alimentares ou medicamentosas;
  • Idade da criança no momento da reação;
  • Identificação do alimento suspeito de ter causado a reação, qual a quantidade ingerida do alimento e se o alimento estava ao natural, cru ou cozinhado;
  • Se o doente apenas tocou no alimento, se o alimento contactou com a boca ou com os olhos, se apenas cheirou o alimento ou se o ingeriu;
  • Descrição das queixas do doente após o contacto com o alimento suspeito;
  • Quando ocorreu a reação, qual o intervalo de tempo entre o contacto com o alimento e o início das reações;
  • Circunstâncias em que ocorreu a reação: local em que ocorreu e outros detalhes (se antes da reação o doente fez exercício, estava em situação de stress, calor, doença, entre outros);
  • Necessidade de tratamento;
  • Novas reações com contactos acidentais.

De acordo com a avaliação médica, poderão ser pedidos os seguintes exames:

  • Testes cutâneos: aplicação de um líquido que contém o alimento suspeito ou de uma porção do alimento diretamente no braço, seguido de punção da pele nessa zona com uma lanceta e aguardar 15 minutos para ver se existe reação; só se pode realizar se não houver história de alergia grave;
  • Análises de sangue: através da colheita de sangue é possível saber se o doente tem probabilidade de fazer uma reação alérgica a um alimento e em alguns casos saber especificamente a que parte do alimento é que o doente reage; 
  • Prova de provocação oral: é o teste de eleição para a confirmação de alergia ou para saber se depois de ter evitado o alimento um determinado período de tempo a alergia já desapareceu; consiste na ingestão de quantidades progressivamente maiores do alimento suspeito para avaliar eventual reação alérgica; realiza-se sempre em meio hospitalar e com profissionais de saúde experientes na atuação em caso reação grave.

Tratamento

Assim que surgirem sintomas que lhe pareçam de uma alergia alimentar deve dirigir-se ao serviço de urgência.

Se a alergia já era conhecida e os sintomas não forem graves, poderá tomar no domicílio anti-histamínico e corticoide previamente prescritos pelo seu médico.

Se a reação for grave deverá administrar imediatamente a caneta de adrenalina e contactar logo de seguida o 112.

Se a alergia for conhecida deverá evitar sempre o contacto com o alimento causador até que o seu médico lhe diga o contrário.

Evolução / Prognóstico

Alguns casos são mais propensos a resolver durante a infância, como é o caso da alergia ao leite de vaca, ovo, trigo e soja, enquanto outros geralmente persistem até à idade adulta, como é o caso do amendoim e nozes.

Os doentes pediátricos com alergias alimentares devem manter seguimento em consulta de Alergologia Pediátrica.

Prevenção / Recomendações

A manipulação do alimento que causa alergia sem os devidos cuidados (lavagem de mãos, utilização de talheres, pratos e recipientes diferentes) pode causar contaminação de outros alimentos ou superfícies onde se confeciona a refeição e causar reação grave num doente alérgico, sendo isto muito importante em ambiente escolar e restauração.

Sempre que estiverem em ambiente onde possa haver risco de reação alérgica deverão avisar os responsáveis locais para que possam ter os devidos cuidados. Devem ler cuidadosamente os rótulos, saber quais os alimentos que podem causar reação e quais o doente pode ingerir com segurança.

Toda a família e cuidadores principais deverão saber administrar a caneta de adrenalina.

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