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Introdução

Definição

Uma fissura anal é uma ferida superficial da pele junto ao ânus. Pode ser aguda ou crónica, consoante o seu tempo de duração.

Frequência

É mais frequente nos primeiros 2 anos de vida.

Se surge em crianças maiores, pode ser um primeiro sinal de outras doenças, como a doença inflamatória intestinal, doença venérea ou doença da imunidade, como sucede na leucemia ou na SIDA.

Causa

Surge quase sempre em crianças com prisão de ventre, cujas fezes são muito duras e que têm dor ao evacuar, tornando-se a criança mais presa, criando um ciclo vicioso que perpetua o processo.

Maus hábitos de higiene podem contribuir para a manutenção desta situação.

Também pode surgir resultado de traumatismo em crianças abusadas sexualmente com penetração anal.

A fissura crónica é muito rara nas crianças e resulta de uma fissura aguda que não curou ou que se infectou.

Sinais e sintomas

O principal sintoma da fissura anal é a dor ao evacuar, que costuma ser muito intensa e pode durar algumas horas após a defecação.

Também pode haver uma pequena quantidade de sangue vermelho vivo que cobre as fezes, que habitualmente são duras.

Se se afastarem bem as nádegas da criança, consegue ver-se uma pequena ferida na margem do ânus, como se fosse um corte.

O que fazer

Se se vê uma fissura no ânus e a criança tem dificuldade em evacuar, com dor, deve evitar alimentos obstipantes e dar bastantes líquidos para tornar as fezes mais moles. Pode iniciar também os banhos de assento, que consiste em sentar a criança numa bacia ou bidé com água morna durante 10 a 15 minutos 1 a 2 vezes por dia e depois das dejecções.

Deve manter uma boa higiene da região anal para ajudar a cicatrizar a fissura e evitar a infecção local.

Se a fissura persistir apesar destas medidas, ou não conseguir que a criança tenha dejecções moles diariamente, deve recorrer a um profissional de saúde que o ajudará com algumas recomendações dietéticas e, se necessário, com medicamentos para ajudar a manter as fezes moles.

Pode também ser necessário aplicar cremes cicatrizantes no local da fissura.

Em alguns casos é recomendável fazer alguns exames para saber se há uma causa para a fissura anal, principalmente em crianças maiores ou adolescentes, mas um profissional de saúde saberá quando recomendá-los.

Tratamento

O tratamento mais importante para a fissura anal consiste em manter as fezes moles até a fissura cicatrizar, nomeadamente com cuidados alimentares e se necessário, com a administração de medicamentos.

Também é útil a aplicação de pomadas cicatrizantes e banhos de assento mornos (não quentes) para relaxar o ânus e facilitar a defecação.

Deve proporcionar-se também bons cuidados de higiene local, para evitar a infecção.

Muito raramente é necessária intervenção cirúrgica, se se seguirem estas recomendações e se mantiverem bons cuidados de higiene.

Apenas nas fissuras que se tornaram crónicas e que não resolvem com este tipo de cuidados, podem ter indicação algumas técnicas cirúrgicas, como a injecção de toxina botulínica no esfíncter anal (o músculo que permite a continência) ou a esfincterotomia (corte do esfíncter anal).

A intenção das técnicas cirúrgicas é relaxar o esfíncter anal, melhorando a cicatrização da fissura.

Evolução / Prognóstico

As fissuras agudas curam em 1 a 2 semanas e geralmente não voltam a aparecer se se conseguir manter as fezes moles.

Em alguns casos, principalmente se não houver cuidados de higiene local, as fissuras anais progridem para crónicas ou para a formação de abcessos perianais (infecção com formação de uma bolsa de pus).

A principal complicação após qualquer método cirúrgico, é a incontinência anal (incapacidade de reter as fezes), que habitualmente é temporária (alguns meses após o procedimento) mas pode ser definitiva em 5 a 15% dos casos.

Prevenção / Recomendações

Deve evitar-se a prisão de ventre das crianças, com cuidados alimentares e, se necessário, com medicamentos.

Os hábitos de higiene também são importantes na prevenção da fissura anal.

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