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Introdução

A Anorexia Nervosa (AN) é uma doença do comportamento alimentar, caracterizada pela restrição voluntária da ingestão de alimentos e perda de peso, associada à distorção da imagem corporal.

Frequência

A prevalência estimada de transtornos alimentares em adolescentes é de aproximadamente 13%, em que 0,8-1,7% dizem respeito à AN.

O seu início é mais comum entre os 12 e os 15 anos.

Causa

Ainda não foi identificada nenhuma causa concreta da anorexia nervosa. Sabe-se que está frequentemente associada a outras doenças do foro mental, como as perturbações obsessivas compulsivas, as fobias e os distúrbios da personalidade.

Sinais e sintomas

Durante o dia-a-dia, os adolescentes podem expressar comentários acerca de se sentirem “gordos” ou de não gostarem da sua imagem corporal.

Frequentemente começam a comer apenas vegetais, fruta e produtos dietéticos e podem chegar a não realizar refeições completas.

É frequente recorrerem ao exercício físico intenso, insistindo em fazê-lo mesmo quando está muito mau tempo, quando estão doentes ou quando estão lesionados. Podem também recorrer ao uso de medicamentos, como laxantes ou diuréticos, para perderem ou controlarem o peso.

A perda de peso pode passar despercebida pelos outros, particularmente se usarem roupas largas ou várias camadas de roupa.

É também comum terem rituais à hora da refeição, que podem incluir mas não se limitam a: cortar os alimentos em pequenos bocados, retirar líquidos ou molhos do prato com o guardanapo ou espalhar a comida no prato.

Além de perderem peso, os adolescentes podem ficar com as unhas e o cabelo quebradiços (partirem facilmente), com áreas sem cabelo (chamadas de peladas), com um excesso de pêlos por corpo todo (semelhante ao pelo que se vê frequentemente nos recém-nascidos), podem desmaiar ou sentir-se mal frequentemente ou ter mais frio do que o habitual para a estação do ano, mesmo utilizando diversas camadas de roupa.

No caso das raparigas já menstruadas, estas podem perder a menstruação. No caso de ambos (rapazes e raparigas) pode existir um atraso do desenvolvimento da puberdade.

O que fazer

Se for notado no adolescente, pelos pais ou cuidadores, algum dos sintomas referidos anteriormente ou uma preocupação excessiva com a imagem corporal ou com o aumento do peso, o adolescente deve ser observado por um médico.

Em consulta, o médico pesará e medirá o adolescente e efectuará o respectivo exame físico. Uma vez que o adolescente pode utilizar camadas extra de roupa, deve ser sempre pesado em roupa interior ou com uma bata do hospital.

Para perceber a gravidade da situação poderá ser necessário realizar análises ao sangue, à urina e/ou um electrocardiograma.

Tratamento

Médicos especialistas em transtornos alimentares, geralmente com formação nas áreas da psiquiatria, gastroenterologia ou medicina do adolescente, devem estar idealmente envolvidos no seguimento e orientação destes doentes mas podem não estar disponíveis em alguns locais.

O apoio de um nutricionista pode ser proveitoso, no sentido de ajudar o adolescente a selecionar os alimentos mais nutritivos e ricos em calorias. A consulta deve ser pluridisciplinar, de distúrbio do comportamento alimentar, pelo menos com Pedopsiquiatra e médico com formação em nutrição pediátrica.

No entanto, o tipo e o local de tratamento devem ser individualizados com base na gravidade dos sintomas, no curso da doença, na presença de outras doenças, na disponibilidade de apoio familiar e na motivação do adolescente para o tratamento.

Nos doentes em que é possivel o tratamento em casa:

O objectivo é alcançar um peso considerado saudável para a idade, sexo e estrutura física de cada adolescente. Para isso, inicialmente o consumo diário de energia deve ser superior aquele que o adolescente gasta e, por isso, numa primeira fase, a actividade física intensa e a prática de desportos podem ter que ser restringidas.

Aconselhamento nutricional:

Os objectivos são que o adolescente ingira alimentos saudáveis e recupere a energia necessária para retomar as actividades diárias. Os seus menus diários devem incluir três refeições completas e um cronograma estruturado de lanches que deve ser monitorizado por um adulto.

Psicoterapia:

É a fundação para um tratamento bem sucedido. O objectivo é alterar a forma distorcida como o adolescente vê o seu corpo e os hábitos alimentares pouco saudáveis que possa ter, assim como o retorno do adolescente às actividades sociais e físicas completas.

Uso de medicamentos:

Podem ter que ser usados alguns medicamentos como antidepressivos nos doentes com sintomas depressivos associados.

Quando necessário, o tratamento pode ter que ser realizado em internamento:

Nos casos graves pode existir necessidade de recorrer ao internamento para a recuperação inicial do adolescente.

Evolução / Prognóstico

Apesar de aproximadamente metade dos doentes recuperarem totalmente, cerca de 30% recuperam apenas parcialmente e 20% mantém a patologia ao longo da sua vida.

Tal como as outras doenças do foro mental, a AN está associada a um risco aumentado de suicídio.

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