Dor anterior do joelho
Introdução
A dor anterior do joelho é um tema complexo e controverso. Tem nomeclatura e classificações confusas e sobreponíveis. Inclui o sindrome femoro - patelar, sindrome rotuliano doloroso e é uma dor sentida anterior no joelho. Causa da dor é um “tracking” rotuliano anormal, sem estar associado a alterações imagiológicas significativas de instabilidade rotuliana ou desalinhamento do aparelho extensor. Ausência de relação entre a intensidade da dor e o alinhamento clínico ou imagiológico do aparelho extensor.
Exclui: Patologia peripatelar (bursite pré-patelar, doença de Osgood-Schlatter ou Sinding Larsen Johansson, tendinite rotuliana / quadricipital, sindrome da banda íleo-tibial), lesões traumáticas (fractura osteocondral, luxação rotuliana), instabilidade ou artrose femoro-patelar.
É uma das mais frequentes patologias osteoarticulares, tem uma componente psicologica e tem um grande impacto socioeconómico.
História Clínica
Anamnese
Em marioria dos casos tem um inicio insidioso e é uma dor crónica por hiperutilização. Frequentemente é bilateral. Por vezes tem um traumatismo agudo desencadeante. A dor é vaga e mal localizada, descrita como desconforto profundo, pode ter incapacidade franca.
Dor mecânica, agravada por: escadas/planos inclinados, mais ao descer e depois de periodos sentado / flexão prolongada (sinal do cinema).
Exame objectivo
- Teste de inclinação rotuliana passiva
- Joelho em extensão
- Normal: Bordo externo da rótula atinge a horizontal
- Teste de deslizamento rotuliano
- Joelho em 20 a 30º de flexão
- Divisão em 4 quadrantes longitudinais
- Normal: Não excede 2 quadrantes
- Teste patelo-femoral - “grinding test”
- Teste de compressão rotuliana
Diagnóstico Diferencial
Patologia meniscal e ligamentar. Instabilidade rotuliana. Patologia peripatelar (bursite pré-patelar, doença de Osgood-Schlatter ou Sinding Larsen Johansson, tendinite rotuliana / quadricipital, sindrome da banda íleo-tibial).
Exames Complementares
RX em AP e perfil (altura rotuliana / coeficiente de Insall ou Caton) e tangential da rótula (Incidência de Merchant e 30º).
RMN avalia cartilagem retropatelar e do sulco femoral e lesões ligamentares pararotulianos.
TAC avaliam alinhamento rotuliano (translação e báscula), troclea, artrose e arrancamento da asa interna.
Tratamento
Tratamento conservador
Objectivo do tratamento: Retorno à situação asimptomatica. Restauração da homeostasia tecidular - não a obtenção radiografica correcta da relação femoro-patelar.
Eficaz em 91% dos casos (Sanchis-Alfonso - anterior Knee Pain and Patellar instability 2006).
Individualizado e por períodos de pelo menos 3-6 meses.
Mudança de actividades:
- Diminuição das cargas na articulação femoro-patelar
- Diminuição das actividades que induzem sintomas
- Diminuição do contacto com “frio”/ GELO
Anti-inflamatórios não esteróides por um período prolongado.
Condroprotectores- glucosamina/condroitina.
Fisioterapia
Tratamento cirúrgico
Indicação após ausência de resposta ao tratamento conservador durante pelo menos 3 a 6 meses.
Sintomatologia persistente intensa e incapacitante.
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