Escoliose Idiopática
Introdução
Definição
A coluna vertebral deve estar alinhada no plano frontal segundo um eixo vertical.
A escoliose deriva da existência de uma rotação dos corpos vertebrais durante a fase de desenvolvimento, condicionando uma deformidade tridimensional; assim apesar de a avaliação e descrição de escoliose estar baseada nas alterações no plano coronal (radiografia ântero-posterior), as alterações também estão presentes no plano sagital (incidência de perfil) e axial (cortes transversais em tomografia computorizada).
A escoliose idiopática é a forma mais frequente de apresentação, tem esta designação quando não existe nenhuma malformação congénita dos corpos vertebrais, ou outra patologia que predisponha a deformidades da coluna tais como, doenças neuromusculares ou alterações no sistema nervoso central.
História Clínica
Anamnese
Esta deformidade pode classificar-se de acordo com a idade em que o diagnóstico é realizado: escoliose infantil entre o nascimento e os 3 anos, juvenil entre os 4 e os 10 anos e do adolescente entre os 10 anos de idade até à maturidade esquelética. Durante a infância não só os pulmões crescem em tamanho, bem como, existe uma multiplicação dos alvéolos de cerca de dez vezes entre o nascimento e os quatro anos de idade. A maturidade alveolar está completa pelos 8 anos de idade, por este facto deve ser feita uma distinção entre a escoliose idiopática de início precoce (até aos 5 anos de idade) e a escoliose idiopática de início tardio (depois dos 6 anos). A escoliose idiopática de início precoce limita o espaço da caixa torácica para o crescimento e expansão alveolar; provocando alterações cardiorrespiratórias.
Exame objectivo
Clinicamente existem diversos sinais que podem estar associados à escoliose quando o doente é observado na posição ortostática e de costas: assimetria na altura dos ombros, diferença na procidência escapular, diferente profundidade dos sulcos subcostais, obliquidade da cintura pélvica, maior espaço entre o membro superior e o tronco de um dos lados, cabeça não centrada com a bacia.
O teste de Adams é o método não invasivo usado mais frequentemente para diagnosticar uma escoliose, consiste na avaliação do doente quando este dobra o tronco para a frente até o mesmo ficar na posição horizontal e é positivo quando um dos lados das costas está mais elevado do que o outro.
Diagnóstico Diferencial
Esta deformidade pode classificar-se de acordo com a idade em que o diagnóstico é realizado: escoliose infantil entre o nascimento e os 3 anos, juvenil entre os 4 e os 10 anos e do adolescente entre os 10 anos de idade até à maturidade esquelética.
Durante a infância não só os pulmões crescem em tamanho, bem como, existe uma multiplicação dos alvéolos de cerca de dez vezes entre o nascimento e os quatro anos de idade.
A maturidade alveolar está completa pelos 8 anos de idade, por este facto deve ser feita uma distinção entre a escoliose idiopática de início precoce (até aos 5 anos de idade) e a escoliose idiopática de início tardio (depois dos 6 anos). A escoliose idiopática de início precoce limita o espaço da caixa torácica para o crescimento e expansão alveolar; provocando alterações cardiorrespiratórias.
Através da realização do teste de Adams pode ser medida a inclinação entre os dois lados das costas, usando um escoliómetro. Quando esta inclinação é maior do que 7º traduz a existência de uma curva escoliótica de cerca de 20º, valor a partir do qual pode estar indicado o tratamento da deformidade.
Exames Complementares
Imagiologia
A confirmação e caracterização da escoliose deve ser feita através de radiografia convencional na posição ortostática, incidência extralonga de coluna ântero-posterior (AP) e lateral. A magnitude da curva escoliótica é medida na radiografia através do ângulo de Cobb, que resulta da interceção da linha perpendicular à plataforma vertebral superior da vértebra mais alta da curva com a linha perpendicular à plataforma vertebral inferior da vértebra baixa da curva.
INTRODUZIR RX
A tomografia computorizada é utilizada como complemento à radiografia quando existe a suspeita de uma malformação óssea, com necessidade de melhor caracterização.
A RMN deve ser realizada quando a curvatura é atípica, como nos casos em que a convexidade torácica é esquerda ou quando existe uma rápida progressão da magnitude da curva, de modo a identificar patologia do sistema nervoso central que possa ser a causa da deformidade.
Tratamento
O tratamento com ortótese externa está indicado para crianças em crescimento e o seu objectivo é o de modelar o crescimento da coluna para que não haja um agravamento da curva escoliótica diagnosticada. Nas crianças com grande imaturidade esquelética deve ser iniciado tratamento com uma ortótese externa em curvas cuja magnitude é superior a 20º; no caso dos adolescentes este tratamento deve ser iniciado para curvas com magnitude entre 30 e 45º.
Cirurgia
O tratamento cirúrgico tem como objectivo a diminuição da magnitude da curva e a obtenção de uma fusão dos corpos vertebrais que impeça a progressão da deformidade, fazendo-o de uma forma segura. O resultado final deve ser uma coluna bem balanceada em que a cabeça, os ombros e o tronco estejam centrados com a bacia.
O tratamento cirúrgico está indicado para os doentes em crescimento que tenham curvas de magnitude superior a 45º, pois nestes casos o tratamento com ortótese não é eficaz no controlo e correcção da curva. É realizado através de sistemas de fixação da coluna que, para além de corrigirem a deformidade, permitem também o seu crescimento pela possibilidade de poderem ser alongados.
Nos casos em que já foi atingida a maturidade esquelética, curvas com magnitude superior a 50º tendem a progredir ao longo do tempo e estas têm indicação para tratamento cirúrgico. A possível excepção são os doentes que apresentem uma dupla curva, encontrando-se bem balanceados e não tendo alterações estéticas importantes; nestes casos deve ser mantido o acompanhamento de forma a detectar um agravamento da curva.
Evolução
O agravamento da escoliose ao longo do tempo relaciona-se com diversas variáveis que devem ser tidas em conta como o género, o potencial de crescimento remanescente, o padrão da curva e a sua magnitude. No entanto a decisão terapêutica está baseada na variável que mais objetivamente é mensurável, a magnitude da curva.
Curvas com angulação superior a 20º em doentes com imaturidade esquelética, existe uma grande probabilidade de agravamento da curva; este agravamento é mais acentuado nas alturas de maior crescimento como na adolescência.
Após atingimento da maturidade esquelética, independentemente do padrão da curva, curvas inferiores a 30º têm um risco muito baixo de progressão. Por outro lado, em 2/3 dos casos em que a magnitude da curva é superior a 50º, existe um agravamento ao longo do tempo.
Avaliando a mortalidade ao longo do tempo em doentes não tratados, verifica-se uma menor taxa de sobrevida nos casos de escoliose infantil e juvenil, sendo a falência respiratória e problemas cardiovasculares as principais causas de morte.
A grande maioria dos doentes com escoliose não apresenta limitações para as suas actividades de vida diárias; no entanto é comum apresentarem dor lombar crónica não relacionada com a magnitude ou localização da deformidade e a grande maioria dos doentes com escoliose desenvolve osteoartrose da coluna lombar. Psicologicamente estes doentes sentem desconforto em relação à sua aparência corporal.
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