Definição

Ecocardiografia Fetal é uma ecografia dirigida ao coração do feto, executada por um Cardiologista Pediátrico que tem experiência na detecção e tratamento de doenças do coração em recém-nascidos, crianças e fetos.

Idealmente é feito entre as 18 e 24 semanas de gestação altura em que o coração já está formado, a ossificação ainda não está completa e o coração tem um tamanho adequado para obter as melhores imagens. Actualmente o exame pode ser feito no primeiro trimestre de gravidez, em grávidas com risco para terem um feto com malformação cardíaca, com o objectivo de diagnosticar o mais precocemente possível doenças graves, sendo que  nessa idade gestacional a visualização pormenorizada do coração no feto ainda não é possível, tornando necessário a repetição do exame posteriormente. Este exame pode ser executado até ao final da gestação.

Indicações

Existem indicações específicas para a realização do ecocardiograma fetal publicadas pela Direcção Geral de Saúde na Circular Normativa Nº: 11/DSMIA DATA: 26/09/06

• Idade materna superior a 35 anos sem estudo cromossómico do feto
• Malformações cardíacas dos Pais, Irmãos ou familiares directos
• Doenças maternas (Diabetes, doenças reumáticas)
• Medicamentos ou drogas tomadas pela Grávida
• Detecção, no feto, de malformações de outros órgãos
• Detecção de anomalias dos cromossomas do feto (Trissomia 21, Trissomia 18, etc.)
• Patologia própria da Gravidez
• Suspeita, na Ecografia Morfológica realizada pelo Obstetra, de que possa haver uma malformação no coração do feto
• Gravidez Gemelar ou pós Técnicas de Fertilização
• Arritmias fetais
• Maus antecedentes obstétricos

Nem sempre o exame é conclusivo. O índice de massa corporal aumentado ou a existência de cicatrizes no abdómen da grávida, a posição do bebé e a quantidade de líquido amniótico podem esconder o coração do feto e não permitir a realização do exame.

 A circulação fetal é diferente da circulação do Recém-Nascido pelo que algumas malformações cardíacas poderão não ser detectadas no exame, mas essas correspondem habitualmente a anomalias minor, isto é, que não colocam em risco a vida da criança (Exemplo: Comunicação Interventricular pequena, a Comunicação Inter Auricular Ostium Secundum, a Persistência do Canal Arterial). Excepcionalmente a Coartação da Aorta e a Janela Aorto-Pulmonar poderão não ser diagnosticadas pelo que se pede sempre especial atenção aos Pediatras e Neonatalogistas para estas doenças.

Perante o diagnóstico de uma Cardiopatia o parto deve ser (idealmente) programado para um Hospital onde haja apoio de Neonatologia, Cardiologia Pediátrica e Cirurgia Cardiotorácica.