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Introdução

São episódios de choro em que a criança sustém a respiração involuntariamente, podendo ocorrer perda da consciência por breves segundos. Embora sejam benignos e transitórios, estes episódios podem ser assustadores, pelo que é essencial compreender o que são e como agir nestas situações.

Frequência

Podem afetar até 5% das crianças. Geralmente o primeiro episódio acontece a partir dos 6-18 meses e desaparecem no início da idade escolar.

Causa

Sustos ou emoções negativas (medo, raiva, frustração ou dor). A falta de ferro e a história familiar estão associados a um aumento da frequência destes episódios.

Sinais e sintomas

Os espasmos de choro costumam durar menos de 1 minuto e a sua frequência é muito variável, podendo acontecer várias vezes por dia, ou apenas uma vez por ano. Estes espasmos podem ser divididos em dois tipos:

  • Espasmos de choro cianóticos: é o tipo de espasmo mais comum (cerca de 85% de todos os episódios), mais frequente em crianças enérgicas, sendo desencadeados por estímulos como a frustração e a raiva. A criança chora de forma intensa, seguindo-se uma paragem brusca na respiração. A cor da pele fica azulada (cianótica), os músculos ficam rígidos, e pode inclusivamente perder os sentidos durante uns segundos.
  • Espasmos de choro pálidos: mais comum em crianças tímidas e impressionáveis, o estímulo costuma ser um susto ou dor súbita. Neste caso a criança chora de forma muito ténue, ou até mesmo de forma inaudível, fica pálida e perde os sentidos.

Em ambos os casos, a criança geralmente desperta e recupera a respiração normal em menos de um minuto. Por vezes o episódio pode apresentar características de ambos os tipos, sendo chamados de episódios mistos.

Os espasmos de choro não provocam sequelas e a criança desperta sem qualquer necessidade de intervenção. Muito raramente, a perda de consciência pode ser seguida de uma convulsão, o que deve motivar a ida ao Médico, para despiste de patologias mais graves.

Habitualmente, o diagnóstico de espasmo do choro faz-se apenas com base na história clínica, uma vez que a sequência de eventos costuma ser muito típica nestas situações. Quando a história suscita dúvidas ou as queixas são muito exuberantes, o médico assistente pode sentir necessidade de esclarecer melhor a situação com exames adicionais.

O que fazer

O espasmo de choro pode ser uma experiência angustiante, pelo que é muito importante manter a calma e agir de forma adequada. Deve-se: deitar a criança de lado, num local seguro; não abanar a criança, não colocar nada dentro da boca nem lhe atirar água; permanecer com a criança, garantindo que não se magoa e retomar as actividades normalmente após o episódio, sem alarmar a criança.

Caso a criança não recupere a consciência, ou não voltar a respirar normalmente nos primeiros 60 a 90 segundos, devem-se iniciar manobras de suporte básico de vida, e contactar o contacte o Serviço de Urgência (112).

Tratamento

Embora os espasmos de choro estejam associados a experiências e emoções negativas (dor, medo ou frustração) convém salientar que estes episódios são mecanismos involuntários, pelo que não se tratam de actos deliberados ou formas de manipulação. No entanto, muitas vezes os Pais e cuidadores destas crianças evitam repreendê-las, com medo que isso despolete um novo episódio, o que pode conduzir a problemas de comportamento no futuro.

É importante que os Pais compreendam que o estabelecimento de regras e limites apropriados é fundamental para o desenvolvimento normal da criança, pelo que não devem deixar de as 

repreender quando necessário, nem ceder a “birras” ou comportamentos desadequados. Devem, por isso, manter a assertividade na sua educação, de forma calma e segura, procurando que a criança se saiba acalmar perante a frustração, antes de chegar a um estado opositivo que despolete um espasmo de choro. É importante aprender a redireccionar a atenção da criança quando se encontra num estado emocional que possa precede um espasmo de choro.

Não existe nenhum tratamento para prevenir ou “curar” os espasmos de choro, sendo que estes tendem a desaparecer de forma espontânea com o avançar da idade. No entanto, nos casos em que os espasmos de choro estão relacionados com a anemia por deficiência de ferro, a suplementação reduz a frequência e a intensidade destes episódios.

Evolução / Prognóstico

Os espasmos de choro não trazem consequências para a saúde ou o desenvolvimento das crianças, sendo o seu prognóstico extremamente favorável. A frequência dos espasmos de choro diminui com a idade, costumando desaparecer de forma espontânea por volta dos 5-6 anos.

O prognóstico não é influenciado pela frequência nem pela severidade dos episódios de espasmos de choro.

Prevenção / Recomendações

Apesar dos espasmos de choro poderem ser experiências assustadoras para quem assiste, é importante que os Pais e cuidadores mantenham a calma, compreendendo que se trata de um mecanismo involuntário, transitório e benigno.

Apesar de serem muitas vezes despoletados por emoções negativas (como a raiva e a frustração) é crucial que os Pais e cuidadores mantenham a sua assertividade no processo de educação das crianças, para que estas não desenvolvam perturbações do comportamento no futuro.

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