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Introdução

Definição

A bronquiolite é uma infecção aguda das vias respiratórias inferiores que ocorre nos primeiros 2 anos de vida. Caracteriza-se pela presença de obstrução nasal, aumento das secreções nasais, tosse e dificuldade respiratória ou “falta de ar”.

Frequência

É uma doença frequente: alguns estudos sugerem que cerca de 13% das crianças irão adoecer com bronquiolite no seu primeiro ano de vida. A doença é mais frequente nos meses de Novembro a Abril.

Causa

A bronquiolite é habitualmente causada por vírus, sendo que o vírus sincicial respiratório (VSR) é responsável por até 75% dos casos.

Sinais e sintomas

Habitualmente, a doença inicia-se com sintomas nasais, como obstrução nasal e aumento das secreções. Após 48 a 72h, surge a tosse, que habitualmente é seca e que pode estar associada a dificuldade em respirar, que se traduz por respiração rápida e pieira (um “assobio” audível durante a respiração). À medida que a doença progride, pode ainda surgir falta de apetite ou dificuldade na alimentação, causada tanto pela obstrução nasal como pela dificuldade respiratória. A febre pode ou não estar presente.

O que fazer

Lavagem nasal com soro fisiológico, com eventual aspiração de secreções duas a três vezes por dia, particularmente antes das refeições.

Fraccionamento das refeições, oferecendo menos quantidade mais vezes ao longo do dia.

Elevação da cabeceira da cama.

Controlar a febre com antipiréticos em dose adequada ao peso.

Se a criança apresentar algum dos seguintes sinais e sintomas, deve ser observada por um médico:

  • Retracção da pele para dentro na região das costelas, abdómen ou pescoço durante a respiração;
  • Abertura excessiva das narinas e/ou gemido durante a respiração;
  • Coloração azulada dos lóbulos das orelhas, unhas, lábios ou extremidades;
  • Apneia (pausa de mais de 15-20 segundos na respiração);
  • Ingestão de menos de 50% da quantidade habitual de alimentos;
  • Diminuição do número de fraldas molhadas diárias;
  • Sonolência ou irritabilidade excessivas;
  • Febre alta (>39ºC) persistente com fraca cedência aos antipiréticos.

Os pais devem igualmente procurar cuidados médicos se se sentirem inseguros ou com falta de condições para os cuidados à criança, se esta tiver menos de 6 semanas de idade ou for portadora de doença crónica (de coração, pulmões, sistema nervoso ou diminuição das defesas).

Tratamento

A bronquiolite, sendo uma infecção viral, não tem tratamento específico. A maioria dos doentes necessita apenas de medidas de suporte como lavagem nasal e fraccionamento de refeições. Os medicamentos de venda livre para o tratamento da tosse (entre os quais os xaropes para a tosse) não apresentam qualquer benefício, havendo ainda o risco de causarem efeitos adversos importantes.

Nalgumas situações, a bronquiolite pode complicar-se com infecção bacteriana do ouvido (frequente) ou do pulmão (raro). Nesses casos, pode estar indicada a administração de antibiótico.

Raramente, pode ser necessário internamento hospitalar para administração de oxigénio e fluídos por via endovenosa ou alimentação por sonda nasogástrica (pequeno tubo introduzido no nariz da criança que permite que a alimentação seja administrada diretamente no estômago, reduzindo o esforço necessário para comer).

Evolução / Prognóstico

A maioria dos casos de bronquiolite tem um curso benigno e autolimitado, sendo expectável a melhoria após o sexto/sétimo dia de doença. Os sintomas respiratórios, como a tosse, podem persistir até às três semanas em até 25% dos casos. Algumas crianças podem ter episódios repetidos de pieira e falta de ar nos meses/anos seguintes.

A doença pode ser mais grave em crianças prematuras e/ou com baixo peso, com doenças pulmonares ou cardíacas ou que tenham alguma condição que interfira com a sua capacidade de combater infecções.

Prevenção / Recomendações

As estratégias para a redução do risco de bronquiolite incluem a lavagem frequente das mãos, a evicção da exposição ao fumo do tabaco e o aleitamento materno. Os adultos e crianças mais velhas com infecção respiratória devem evitar contacto próximo com lactentes.

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