Introdução
A torção testicular (TT) é uma emergência cirúrgica caracterizada por dor testicular de início súbito acompanhada de inchaço e/ou vermelhidão da região escrotal.
Epidemiologia
Pode ocorrer em qualquer idade mas tem uma distribuição bimodal: pico de incidência no período neonatal e na puberdade.
Frequência
A incidência anual é de 3.8:100000 crianças/adolescentes.
Causa
É causada pela torção testicular em torno do cordão espermático, com consequente diminuição da circulação de sangue. Pode ser resultante de trauma testicular ou atividades físicas que aumentam o risco de torção (p.ex. ciclismo, natação).
Sinais e sintomas
Dor testicular intensa e súbita, tipicamente unilateral, acompanhada de inchaço e vermelhidão da região do escroto. A dor é de intensidade constante e acorda o doente durante a noite/madrugada.
O testículo encontra-se endurecido, numa posição mais alta e com um aumento da sensibilidade.
Frequentemente o doente apresenta náuseas e vómitos, dor abdominal e uma marcha anómala (antálgica, de defesa pela dor).
O que fazer
Deve dirigir-se imediatamente ao serviço de urgência para uma avaliação médica.
Tratamento
Na presença de uma TT ou suspeita de TT, o doente é referenciado imediatamente do serviço de urgência de Pediatria para avaliação por Cirurgia Pediátrica e posterior tratamento cirúrgico.
Inicialmente poderá tentar-se a destorção manual, mas a cirurgia é sempre o tratamento definitivo nestes casos.
Evolução / Prognóstico
A TT é uma emergência, pois o testículo “morre” a menos que seja destorcido rapidamente. Pode recorrer-se à destorção manual, que por vezes é bem sucedida, seguindo-se do tratamento cirúrgico (para fixar os testículos). Maioritariamente a destorção manual não é bem sucedida e a cirurgia deve ser realizada imediatamente.
Se a cirurgia for efetuada até 6 horas após o início da torção, a viabilidade do testículo ronda os 90-100%. Caso se verifique um atraso no diagnóstico pode ocorrer “morte testicular”, infeção e/ou infertilidade.
Prevenção / Recomendações
A TT ocorre de forma espontânea, não podendo ser prevenida. Contudo, traumatismo na região genital, sobretudo na adolescência, coincidente com o pico de crescimento, deve ser evitado.
É fundamental a familiarização com esta entidade rara, devendo-se conhecer os sinais e sintomas associados, que exigem uma observação urgente no serviço de urgência.
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