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Introdução

Os protetores solares são soluções cutâneas tópicas que protegem da radiação ultravioleta. Podem incluir componentes inorgânicos (como o óxido de zinco, dióxido de titânio) e/ou componentes orgânicos (como as benzofenonas, cinamatos, butil-metoxidibenzoilmetano, octocrileno). Também podem conter outras substâncias como fragâncias (aromas).

Frequência

A frequência de alergia aos protetores solares na idade pediátrica não é bem conhecida, no entanto estima-se que seja cerca de 5-6%.

Causa

Os componentes orgânicos são as substâncias mais frequentemente responsáveis pelas reações cutâneas aos protetores solares, denominadas dermatite de contacto, que podem ser tóxicas ou alérgicas.

Sinais e sintomas

As lesões de dermatite de contacto tóxicas surgem durante a primeira exposição ao químico, com início ao fim de minutos ou dias, dependem da concentração e duração da exposição ao químico e/ou ao sol, causando mais frequentemente dor.

Nas lesões de dermatite de contacto alérgicas, geralmente ocorre uma sensibilização prévia e nas exposições subsequentes surgem sintomas habitualmente nas primeiras 48h e manifestam-se muitas vezes com comichão.

As lesões na pele podem variar, desde apenas vermelhidão a inchaço, descamação, vesículas e bolhas. Podem surgir apenas com a aplicação do químico ou então após a exposição solar.

O que fazer

Deve recorrer ao seu médico de família ou pediatra, de forma a ser encaminhado para uma consulta especializada de Alergologia.

Pode estar indicada a realização de um teste, denominado "Patch test", onde são aplicados os componentes suspeitos dos protetores solares, na região das costas e cobertos com um adesivo.

Posteriormente, é realizada a leitura e detetada a substância responsável se for observada uma reação cutânea local.

Tratamento

Aplicação de cremes barreira ou emolientes com elevado conteúdo lipídico para prevenção e tratamento. Aplicação de protetor solar com filtros inorgânicos ou com componentes aos quais foi comprovada ausência de sensibilização após a realização do Patch test.

Pode ser necessária a aplicação de cremes com corticóide e nas reações graves pode ser mesmo necessário o tratamento com corticóides orais.

Evolução / Prognóstico

O prognóstico é bom, ocorrendo habitualmente a resolução das lesões de dermatite de contacto com a evicção (retirada) do alergénio ou irritante.

No entanto, se o contacto se mantiver, a dermatite pode tornar-se crónica e mais generalizada.

Prevenção / Recomendações

  • Evitar a substância a que é alérgico.
  • Evicção da exposição direta ao sol e utilização de peças de roupa apropriadas (cor clara, fresca e confortável cobrindo o máximo do corpo possível).
  • Ler sempre os rótulos dos produtos antes de os comprar. Mesmo os produtos que compra habitualmente, é necessário confirmar que a substância a que é alérgico não foi acrescentado recentemente ao produto.
  • Se tem alguma dúvida ou se vai experimentar um produto pela primeira vez, teste primeiro numa pequena zona da pele para verificar se ocorre alguma reação antes de aplicar em zonas mais extensas.
  • Avise os profissionais, como médico, farmacêutico, cabeleireira, sobre a sua alergia.

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