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Introdução

Definição

Um abcesso mamário é uma cavidade na mama com pus no seu interior e surge associado a uma mastite não tratada ou que não está a resolver com antibiótico.

Os abcessos mamários podem ser puerperais (surgir após um parto) ou não puerperais.

Frequência

Os abcessos mamários puerperais surgem em 1-24% das mulheres que amamentam nas primeiras 12 semanas após o parto ou na altura do desmame.

São mais frequentes em mulheres cuja primeira gravidez é após os 30 anos, se a gravidez teve uma duração superior a 41 semanas ou em mulheres com mastite. Neste último caso, surgem em 3-11% das mulheres com uma mastite mesmo que seja medicada com antibiótico.

Sinais e sintomas

Os sintomas de abcesso mamário são febre, mal-estar geral e uma massa dolorosa palpável na mama, com conteúdo líquido, geralmente na região periférica da mama. 

O que fazer

Se tiver estes sintomas, deve ser avaliada por um profissional de saúde / seu médico assistente.

A avaliação incluirá palpação mamária e axilar que poderá ser suficiente para o diagnóstico. Havendo dúvidas pode ser realizada uma ecografia mamária para confirmar o diagnóstico.

Dependendo da situação clínica podem ser necessárias análises sanguíneas e envio de sangue ou leite materno para cultura.

Tratamento

Todas as mulheres devem ser aconselhadas sobre medidas de conforto, como medicação para a dor, aplicação de compressas quentes e extração eficaz do leite da mama afetada.

A toma de antibiótico é o primeiro passo no tratamento do abcesso da mama. Devem ser escolhidos antibióticos que sejam compatíveis com a amamentação. Deve haver uma reavaliação da eficácia do antibiótico após 48 horas e o tratamento deve ser mantido durante 7-10 dias.

Poderá ser necessário o internamento hospitalar (com acompanhamento da criança para se manter a amamentação) se a situação clínica for grave ou a mulher tiver alguma doença que lhe cause imunodepressão. Nestes casos geralmente é necessário iniciar antibiótico por via endovenosa.

No entanto, os abcessos mamários raramente resolvem apenas com recurso a antibioterapia, necessitando geralmente de drenagem associada à antibioterapia.

Existem duas possíveis abordagens cirúrgicas: drenagem percutânea (aspiração do pus através da pele, com uma agulha, guiada ou não por ecografia) ou drenagem cirúrgica (fazendo uma incisão na pele com bisturi).

A drenagem percutânea é feita com anestesia local e tem uma taxa de sucesso alta, permitindo evitar uma anestesia geral com bons resultados cosméticos. 

Por vezes são necessárias múltiplas aspirações (diariamente por 5-7 dias) para a drenagem ser completa.

Em algumas situações não é possível a drenagem percutânea, sendo necessária a drenagem cirúrgica sob anestesia local, com uma pequena incisão na mama. Geralmente é um procedimento que não implica internamento hospitalar e se houver uma grande quantidade de pus, pode ser benéfico ficar com um dreno.

A amamentação deve ser mantida, não havendo risco de transmissão para a criança, desde que a incisão cirúrgica da drenagem não interfira com a mesma.

Caso não seja possível manter a amamentação na mama afectada, o leite deve ser regularmente extraído manualmente ou com recurso a bomba.

Evolução / Prognóstico

Prognóstico do abcesso mamário puerperal é bom, com resolução da infeção sem sequelas a longo prazo.

É fundamental que o leite seja removido (através da amamentação ou extração com bomba ou manual) frequentemente da mama afetada para que a infeção seja tratada.

A recorrência pode estar associada a terapêutica antibiótica muito curta, com início tardio ou inapropriada, tabagismo, lesão no mamilo ou alguma doença associada.

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