Introdução
Definição
A pediculose capitis (piolhos da cabeça) é uma infestação que afecta o couro cabeludo do ser humano, especialmente de crianças em idade pré-escolar e escolar.
Frequência
É muito frequente na idade pediátrica, ocorre em ambos os géneros, sendo mais frequente nas meninas e na raça branca. É independente do nível socioeconómico e dos hábitos de higiene.
Causa
É causado pelo piolho da cabeça, Pediculus humanus capitis, um parasita obrigatório do couro cabeludo humano que se transmite pelo contacto directo cabeça com cabeça e mais raramente pela partilha de objectos (por exemplo chapéus) que contactam com o cabelo. Apesar de não transmitir doenças através da picada é bastante incómodo, pois causa prurido (comichão) do couro cabeludo.
Sinais e sintomas
O que fazer
Tratamento
O tratamento da pediculose capitis consiste na aplicação de um produto na forma de champô, loção ou creme que vai matar o piolho, quer por acção directa da substância no caso dos pediculocidas, quer pelo efeito oclusivo do produto aplicado, o que origina a asfixia do piolho. A dificuldade conhecida em eliminar a infestação deve-se, por um lado, à resistência adquirida pelo piolho aos pediculocidas e, por outro, à acção reduzida que estas substâncias têm sobre os ovos. Por esta razão, a remoção manual repetida dos ovos e dos piolhos, realizada com o cabelo húmido, utilizando um pente específico de dentes finos, é um adjuvante importante a qualquer terapêutica aplicada. O tratamento com um pediculocida requer a sua repetição cerca de uma semana depois, enquanto as substâncias oclusivas poderão requerer 2 ou mais ciclos de tratamento.
A transmissão através dos objectos que contactam com o cabelo é pouco provável, contudo, o seu tratamento é recomendado. Os objectos em contacto directo com o cabelo e a roupa de cama devem ser tratados, assim como as roupas utilizadas nas últimas 48h. A roupa deve ser lavada a temperatura >50º, os tecidos em contacto directo com a cabeça, como os sofás, os encostos de cabeça do automóvel devem ser apenas aspirados. Medidas exageradas de desinfecção não são recomendadas. A viabilidade do piolho e dos ovos fora do hospedeiro é muito pouco provável após 48h.
Evolução / Prognóstico
Prevenção / Recomendações
As únicas medidas preventivas eficazes são o diagnóstico precoce da infestação, o tratamento eficaz da criança afectada e a vigilância dos contactos próximos visando o diagnóstico precoce dos casos de contágio e o seu tratamento em simultâneo.
As crianças devem ser aconselhadas a não partilhar objectos pessoais que estão em contacto com o cabelo como pentes, chapéus, entre outros. O contágio ocorre frequentemente pelo contacto entre cabeças durante as brincadeiras e estas não devem ser desencorajadas. Uma criança com piolhos não deve ser enviada mais cedo da escola para casa, nem deve ser excluída da atividade escolar porque na verdade, na maior parte dos casos, a infestação tem pelo menos um mês de evolução. Se possível o tratamento deve ser realizado no mesmo dia e a criança deverá retornar à escola no dia seguinte.
Nos infantários e nas escolas os chapéus e os casacos devem ser sempre colocados em cabides separados. As meninas devem manter os cabelos mais curtos pois facilita a remoção mecânica dos piolhos e das lêndeas em caso de infestação. O ato de rapar o cabelo não é aconselhado. Os cuidadores devem observar periodicamente o couro cabeludo da criança para identificar possíveis reinfestações.
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