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Introdução

Definição

É uma doença do polegar – uma tenossinovite estenosante do longo flexor, que se manifesta, geralmente por volta dos 1-3 anos de idade.

É geralmente considerada uma anomalia congénita mas de aparecimento tardio, embora haja pouca evidência clínica para tal.

Epidemiologia

Trata-se de uma doença relativamente frequente – 1 a 3/1000 nascimentos.

História Clínica

Anamnese

Observa-se um polegar que não consegue estender activa ou passivamente na interfalângica, por vezes depois de um período em que ressalta na flexão ou na extensão.

Exame objectivo

Palpa-se normalmente um nódulo palmar sobre a metacarpo-falângica, que normalmente adopta uma atitude em hiperextensão compensatória.

A bilateralidade é frequente – 20 a 30% dos casos.

O diagnóstico dos casos típicos é exclusivamente clínico. O RX e a ecografia (de realização difícil!) só servem para o diagnóstico diferencial nos casos atípicos.

Diagnóstico Diferencial

Nem todos os polegares das crianças que não estendem ou não flectem são polegares “em mola”. O diagnóstico diferencial tem que se fazer com o chamado “polegar na palma” que normalmente se diagnostica mais cedo, por volta dos 4 meses de idade porque antes é uma atitude normal no recém-nascido. Causado por uma insuficiência ou ausência dos tendões extensores, normalmente o curto, trata-se de uma anomalia rara e o tratamento é geralmente conservador. Neste, a flexão é sobretudo na metacarpo-falângica e perfeitamente redutível.

Outro diagnóstico diferencial é outra situação rara, a insuficiência ou ausência do tendão longo flexor do polegar. Nestes casos, tipicamente, não existem as pregas cutâneas dorsais da articulação interfalângica e por vezes são polegares atróficos incipientes, com hipotrofia óssea visível no RX e instabilidade da articulação metacarpo-falângica.

Mais raramente geralmente, por volta dos 6-8 anos de idade podem surgir “dedos em mola”, que não o polegar; A patologia é a mesma e o tratamento é semelhante. É de ter em atenção que alguns casos estão associados com patologias gerais, como a diabetes juvenil ou as mucopolissacaridoses.

Tratamento

Tratamento médico

Se o dedo em gatilho surge antes dos dois anos, pode ocorrer cura espontânea, segundo alguns autores.
O tratamento conservador da tenossinovite estenosante do polegar nas crianças – manipulações e talas para extensão intermitente, acompanhado de exercícios de mobilização suaves e massagens pode ser tentado se a deformidade é flexível, mas não tem sucesso se a deformidade é rígida.

Cirurgia

O tratamento cirúrgico, realizado sempre depois do ano de idade, é curativo e bastante simples – abertura da bainha tendinosa, realizada sob anestesia geral em regime ambulatório.

Não é uma cirurgia urgente, devendo esperar-se pelo ano de idade quando o diagnóstico se faz antes (o que é raro) para facilitar a cirurgia ao anestesista e ao cirurgião.

A incisão geralmente utilizada é pequena, transversal, na prega de flexão metacarpo-falângica, com resultado estético excelente. A sutura da pele deve ser feita com sutura absorvível para evitar o sempre traumático “tirar os pontos” à criança e deve manter-se um penso volumoso com o polegar em extensão durante os primeiros dias. Não é necessária qualquer fisioterapia e o prognóstico é excelente. As recidivas são excepcionais.

Bibliografia

  1. Kozin SH, Deformities of the thumb. In Pediatric Hand, “Green’s Operative Hand Surgery” 7th edit, Wolfe, Hotchkiss, Pederson, Kozin, Cohen edits., Elsevier, Philadelphia, 2017.
  2. Minguella J. Malformaciones de la mano. Masson edit. 2001, Barcelona.

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