Hérnia umbilical
Introdução
Definição
Protusão do conteúdo abdominal através de um defeito a nível do anel umbilical.
Epidemiologia
Encontra-se em cerca de 15% das crianças ao nascer. É também mais comum em RN prematuros.
Em alguma população africana subsaariana é quatro vezes mais comum, podendo a hérnia umbilical ser percepcionada pela população como um atributo sexual secundário muito apreciado em termos estéticos.
Existe um predomínio no sexo feminino de 3:1.
História Clínica
Anamnese
Em termos clínicos domina a protusão umbilical desde a dequitadura do cordão umbilical. São muito raras queixas de dor abdominal recorrente, ou sequer de desconforto local. As complicações são raras, surgindo o encarceramento e estrangulamento em menos de 5% do total das crianças. De notar que a dimensão da hérnia umbilical não está relacionada com a dimensão da protusão do umbigo, mas sim com a dimensão do defeito da parede abdominal, que se palpa após redução forçada do conteúdo herniário. Deve ser tido em conta que quanto maior o defeito herniário menor o risco de complicações (engasgamento/ estrangulamento).
Exame objectivo
A dimensão / indicação terapêutica da hérnia está relacionada com o anel/ defeito herniário da parede abdominal, e não com a dimensão/ volume da protusão da hérnia na parede abdominal. O anel herniário palpa-se fazendo pressão sobre a hérnia (reduzindo o seu conteúdo) com a ponta do indicador, expressa-se em centímetros, e a evolução do encerramento deve ser comprada anualmente.
Tratamento
O encerramento é normalmente um processo lento e contínuo, previsível até aos cinco-seis anos nas populações arianas, até aos sete-oito anos nas populações africanas. A paragem de encerramento espontâneo por um período prolongado (um-dois anos) leva a considerar a necessidade de intervenção cirúrgica – trata-se de um ponto fraco da parede, esteticamente discutível.
Não havendo indicação cirúrgica de urgência, aconselha-se a observar/ registar anualmente o diâmetro do anel herniário, comparando a evolução do encerramento. Havendo paragem de encerramento do anel herniário durante dois anos consecutivos, ou se aos dois anos de idade o anel se mantem com diâmetro superior a dois centímetros, é muito provável a indicação cirúrgica mais tarde. Nessas circunstâncias, é legítimo planear a realização mais precoce da cirurgia, em simultâneo com outra cirurgia de ambulatório (circuncisão, herniorrafia, amigdalectomia, etc).
A intervenção cirúrgica deve ser proposta nos casos de não encerramento espontâneo até à idade prevista (6-8 anos). Ressalvam-se as situações de urgência (engasgamento) ou de sintomatologia importante (geralmente estética), que serão avaliados caso a caso.
A cirurgia, electiva, realiza-se em regime ambulatório, sob anestesia geral e consiste no encerramento do defeito umbilical, em dupla sobreposição.
Evolução
O prognóstico é bom, a cirurgia é curativa. Nos casos em que o defeito é maior podem surgir problemas estéticos, relacionados com o conceito de beleza de cada sociedade.
Após a operação, a criança retoma a sua vida activa aos sete dias, e a prática de desporto aos 15 dias. Deve evitar desportos de contacto durante um mês
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