Estenose hipertrófica do piloro
Introdução
Definição
Caracterizada por uma hipertrofia da musculatura circular do piloro esta afecção dificulta o esvaziamento gástrico por diminuição do calibre do lúmen e consequente obstrução do canal pilórico.
Epidemiologia
A incidência é de 2-4:1000 nados vivos, sendo mais frequente no sexo masculino na razão de 4:1. O pico máximo de incidência surge por volta da 3ª semana de vida.
Afecção rara nas populações africanas e asiáticas, parece ter variações sazonais, sendo mais frequente na Primavera e Outono.
História Clínica
Anamnese
É a causa de vómitos de origem cirúrgica mais frequente no recém-nascido e lactente. A principal manifestação clínica são os vómitos pós-prandiais em jacto sem bílis e por vezes hemáticos se já houver processo inflamatório gástrico.
Exame objectivo
À observação clínica pode ser palpável a oliva pilórica e por vezes são visíveis ondas de peristaltismo a nível do epigastro (Kussmaul). Nalguns casos associado a icterícia (2%) por aumento da bilirrubina indirecta consequência de deficit transitório na actividade da glicoroniltransferase, mas que reverte espontaneamente após a cirurgia.
Diagnóstico Diferencial
Para além de várias causas de ordem médica (cardíaca; metabólica; renal; infecciosa ou mesmo por erro alimentar) o diagnóstico diferencial deve ter em conta situações como estenoses congénitas do esófago, RGE, hérnia do hiato e diafragma pilórico entre outras.
Exames Complementares
Patologia Clínica
Sendo o grau de desidratação e o desequilíbrio hidroelectrolítico (alcalose metabólica e baixa do Cl, K e Na) os dois principais índices de avaliação de gravidade pré-operatória, a avaliação laboratorial e respectiva correcção hidroelectrolítica e do equilíbrio ácido-base deverão ser sempre realizadas.
Imagiologia
A ecografia abdominal é o exame de eleição para fazer o diagnóstico, em situações duvidosas, pode estar indicado um trânsito gastroduodenal.
Tratamento
Cirurgia
A piloromiotomia extra mucosa (Fredet-Weber-Rammstedt) é a cirurgia de eleição habitualmente utilizada com muito bons resultados. Início da alimentação cerca de 3 horas após a cirurgia com pequenos volumes e aumento progressivo de soro glicosado e depois leite materno (preferencial) ou adaptado.
Evolução
Alta cirúrgica ao 2º - 3º dia de pós-operatório.
Não são previsíveis sequelas cirúrgicas.
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