Hénia discal lombar
Introdução
Definição
O disco intervertebral é uma estrutura fibrosa que existe entre as vértebras, tem como função permitir a mobilidade entre os corpos vertebrais e contribui também para a boa estabilidade da coluna.
Quando os anéis fibrosos concêntricos que formam o disco sofrem uma ruptura, existe a exteriorização da porção central (chamada núcleo polposo) e esta pode causar irritação ou compressão da medula espinhal ou raízes nervosas que se encontrem adjacentes. A esta procidência de tecido fibroso e núcleo polposo chama-se Hérnia Discal e ocorre sobretudo na coluna lombar por esta ser muito móvel e estar submetida a maior compressão por suportar o peso do tronco.
Frequência
Na criança esta situação é mais rara do que nos adultos (calcula-se em menos de 1% para indivíduos com idade inferior a 18 anos), mas é também uma causa de dor lombar no indivíduo em crescimento.
Causa
A lesão do disco ocorre na maioria das vezes devido a traumatismos, quer seja traumatismos de grande intensidade como acidentes de viação ou, traumatismos ligeiros, mas repetitivos. Existe uma predisposição familiar para esta patologia pois verifica-se uma elevada incidência da mesma patologia em familiares directos. Determinados desportos de competição (futebol, ginástica, rugby, halterofilismo, surf…), podem também ser a causa de lesões lombares entre as quais, a hérnia discal. À semelhança dos adultos em mais de 95% dos casos, os níveis mais afectados são L4-L5 e L5-S1.
Sinais e sintomas
A Hérnia Discal Lombar (HDL) em idade pediátrica manifesta-se por sintomas menos exuberantes do que nos adultos. Na criança em crescimento a coluna apresenta um maior espaço para a passagem das estruturas nervosas e é mais móvel, permitindo que as estruturas nervosas possam ser mobilizadas pela hérnia discal, sem existir nelas um aumento de pressão que cause sintomas. A criança habitualmente queixa-se de uma dor lombar mal definida e que por vezes se estende ao longo da perna, descreve uma rigidez relacionada com o espasmo dos músculos que envolvem a coluna e pode ser notada uma postura incorrecta ou claudicação na marcha. A dor agrava com os espirros, tosse e flexão do tronco (posição de sentado).
O que fazer
A radiografia de coluna lombar nos dois planos é o exame imagiológico que inicialmente deve ser pedido para despiste de lesões tumorais ou infecciosas, pois estas podem também ser a causa de dor. No entanto a HDL não é visível na radiografia, assim o exame que melhor caracteriza esta lesão é a Ressonância Magnética pois mostra o disco herniado, avalia a compressão das raízes nervosas e o estreitamento do canal medular.
Tratamento
O tratamento inicial da HDL deve ser conservador, consiste em repouso, analgesia, relaxantes musculares e fisioterapia. Para os doentes com dor significativa, o uso de um colete lombostato para diminuir a mobilidade da coluna lombar e assim ser melhor controlada a dor. Habitualmente este tratamento é eficaz, com alívio dos sintomas após a fase de inflamação inicial, até às 3 semanas.
O tratamento cirúrgico deve ser realizado quando o tratamento conservador é ineficaz. Um doente que esteja claramente incapacitado pela dor e que esta não melhore apesar de todas as medidas de tratamento conservador, num período de um mês, deve ser considerado um candidato a cirurgia. O tratamento cirúrgico consiste na remoção da hérnia que comprime as estruturas nervosas; após a cirurgia a dor ao longo da perna desaparece de forma quase imediata e a dor na região lombar também melhora passado pouco tempo.
Prevenção / Recomendações
Apesar dos resultados no período imediato após a cirurgia serem muito bons, o desconforto lombar e a dor que se estende para o membro inferior podem recorrer em cera de 1/3 dos doentes operados; os resultados são tanto melhores quanto menos tempo o doente esperou pela cirurgia após o início dos sintomas.
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