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Introdução

Definição

A Perturbação de Hiperatividade - Défice de Atenção (PHDA) é a perturbação mais frequente do neurodesenvolvimento afetando 5-7% da população em idade escolar e cerca de 3% da população adulta.

Caracteriza-se por desatenção ou hiperatividade/impulsividade ou a sua combinação, num espetro variável de intensidade.  Nas formas moderadas a graves acarreta significativo comprometimento da vida académica, social e familiar. 

O diagnóstico geralmente ocorre na infância mas, frequentemente, os sintomas mantêm-se na adolescência e idade adulta. Na etiologia desta perturbação estão envolvidos fatores neurobiológicos, genéticos e ambientais.

Sinais e sintomas

As manifestações típicas de desatenção e/ou hiperatividade / impulsividade devem ser observadas em pelo menos dois ambientes distintos. Subjacente a estes sintomas core da perturbação surgem geralmente outras disfunções que contribuem para o impacto da patologia.

Desta forma, são frequentes: desregulação emocional, dificuldades de aprendizagem, dificuldades da comunicação com impacto nos relacionamentos sociais, perturbação do comportamento alimentar, perturbação do sono, entre outras.

O que fazer

As crianças com manifestações sugestivas deverão ser encaminhadas para consulta médica direcionada para o diagnóstico da perturbação e exclusão de outras possíveis patologias.

Tratamento

O tratamento da PHDA envolve uma abordagem múltipla que engloba intervenções psicopedagógicas e farmacológicas.

Uma abordagem não farmacológica isolada, está recomendada em crianças pré-escolares ou nas situações mais ligeiras.  O inicio de medicação é sempre uma decisão dos pais, depois de devidamente informados, e a sua manutenção depende da resposta, avaliada caso a caso, e da eventual presença de efeitos colaterais.

Os psicoestimulantes (metilfenidato/lisdexanfetamina) são os  fármacos de 1ª linha no tratamento da PHDA, com efeitos positivos e  objetivos na redução da hiperatividade e impulsividade, na melhoria da atenção e no potencial de aprendizagem. Vários estudos confirmam também um efeito positivo na regulação emocional.

A atomoxetina é um fármaco não estimulante, indicado como fármaco de 2ª linha, nos casos de  insucesso ou contraindicações aos estimulantes.

No âmbito das intervenções psicopedagógicas, o primeiro passo deve ser educacional, através de informações e orientações claras e precisas à família e docentes. Muitas vezes, é necessário um programa de treino parental, com o objetivo de ensinar técnicas específicas que melhorem a capacidade para modelar o comportamento dos filhos e que poderá ser a opção terapêutica inicial em crianças pré-escolares.

Intervenções em contexto escolar são igualmente importantes, com vista à obtenção de rotinas diárias consistentes em ambiente escolar previsível, que ajuda estas crianças a manterem a estabilidade emocional e comportamental.

É importante que a criança seja posicionada na sala de aula em local que permita minimizar os estímulos perturbadores da atenção, de preferência mais perto do professor, o que facilita o contacto visual frequente, e o mais afastado possível de portas, janelas e companheiros preferenciais.

Devem ser evitadas tarefas demasiado longas ou repetitivas e disponibilizar-se apoio pedagógico individualizado. Pode ser necessário um acompanhamento psicopedagógico, centrado nos aspetos ligados à organização e ao planeamento do tempo e das atividades.

Evolução / Prognóstico

Ao longo do desenvolvimento, a PHDA está associada a um risco aumentado de baixo rendimento escolar, reprovações, expulsões e suspensões escolares, relações difíceis com familiares e colegas, desenvolvimento de ansiedade e depressão, baixa auto-estima, problemas de conduta e delinquência, experimentação e abuso de drogas, acidentes de viação, obesidade, dificuldades nos relacionamentos na vida adulta, problemas conjugais e laborais.

A alta prevalência deste transtorno, aliada ao grande prejuízo na qualidade de vida dos seus portadores e familiares, determinam um grande impacto desta patologia na sociedade, exigindo que não se encare a perturbação como benigna ou transitória.

Diversos estudos comprovam que mais de 50% dos pacientes mantêm sintomas na vida adulta, com significativo comprometimento da vida social, académica, laboral e familiar. Neste contínuo, apesar de os sintomas nucleares da PHDA surgirem sob diferentes formas, eles constituem causa de défices significativos, nos diversos contextos de vida.

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