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Introdução

A mastite é conseqência da  inflamação fisiológica da mama que, quando se torna um processo infeccioso  é, na maioria das vezes, causada por bactérias potencialmente patogéneas existentes na pele e mucosas.

O microorganismo mais frequentemente envolvido é o Staphylococcus aureus. Contudo, pode acontecer ,também com Gram negativos por via hematogénea.(2)

História Clínica

Estão, na maioria das vezes, localizados à mama afectada e são: edema, rubor e dor com endurecimento da área e, por vezes , escorrência de exsudado purulento mamilar ,podendo organizar-se um abcesso.

Embora raramente, podem existir sinais sistémicos como febre, fasceite celulite, e até  osteomielite sem ou com sépsis.

Exames Complementares

A ecografia mamária confirmará os casos raros de abcesso. É obrigatório realizar o exame bacteriologico do exsudado, com coloração Gram e sensibilidade aos antibióticos, para além dos exames complementares de diagnóstico habituais nas suspeitas de infecção.

Tratamento

O tratamento, médico deve ser sempre precoce e iniciar-se logo após o diagnóstico clínico.

Deve fazer-se com antibiótico de largo espectro ajustado ao antibiograma e aplicado, preferencialmente, por via sistémica. Pode ser feito em ambulatório caso a criança esteja bem e o acompanhamento médico “apertado” seja possível.

Se a evolução for arrastada no tempo, ou nos casos que apresentem sintomas sistémicos é obrigatório o internamento hospitalar para tratamento por via sistémica até à estabilização, (3)

A drenagem cirúrgica do abcesso, se necessária, deve ser efectuada por cirurgião experiente. (4). Nas duas semanas subsequentes deve ficar-se muito atento aos sinais de recorrência ou ao aparecimento de outra localização da infecção.

Evolução

 Embora a mastite e suas complicações sejam, na maioria dos casos, de muito bom prognóstico no que respeita à cura da infecção, não esquecer as sequelas tardias, que se tornam visíveis na menina quando atinge a puberdade, nomeadamente não desenvolvimento da glândula mamária or atrofia de gomo mamário.

A abordagem deste potencial problema deve ser equacionada desde logo, e ficar registada no Livro de Saúde do bebé.

Conseguida a cura, não se pode descurar a vigilância. Na altura da puberdade, nas meninas, devemos estar atentos à evolução de desenvolvimento mamário da glândula afectada, pois, e embora raramente, pode haver assimetria do desenvolvimento das mamas devido a hipoplasia da glândula afectada e ou ao desenvolvimento de cicatrizes deformantes. 

E, no futuro, chegado o início da adolescência, competirá ao profissional de saúde assistente encaminhar o caso se as complicações descritas surgirem.

No caso de assimetrias entre as mamas, cicatrizes deformantes ou outra situação de atrofia mamária, estabelecer desde cedo o acompanhamento pelas especialidades adequadas a fim de evitar o desenvolvimento de problemas psicológicas nesta fase da vida em que a estrutura emocional ainda é muito frágil.

E se necessário, o encaminhamento precoce para cirurgia plástica, pode levar a um desfecho feliz de uma situação desconfortável e potencialmente mutilante.

Bibliografia

  1. Brett A, Gonçalves S, Luz A e col.Mastite Neonatal: Experiência de 12 Anos . Acta Med Port 2012 Jul-Aug;25(4):207-212
  2.  Rego M A C,Mesa EM ,Cando RB ,Perdomo LC Las infecciones de la piel y partes blandas en el recién nacido Revista Cubana  de Pediatria. 2017;89(4);1-18
  3. Hisch WS , Yang PH, Chao HC ,Lai JY. Neonatal necrotizing fasciitis: a report of ten cases and revew of the literature. Pediatrics 1999;103 e 53
  4. Masoodi T, Mulfi N Bhat JI Lone R, Arshi S, Ahmad SK. Jornal of Neonatal Surgery, 2014 Jan- Mar;3(1) ;2-7

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