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Introdução

Durante vários anos era recomendado pelos profissionais de saúde evitar alimentos com maior risco de provocar alergias durante a diversificação alimentar, com o intuito de prevenir futuras alergias alimentares. No entanto, a evidência científica mais recente veio mudar este paradigma e mostrar que a introdução precoce e ativa deste tipo de alimentos leva efetivamente a uma redução da alergia alimentar, qualquer que seja o risco alérgico do bebé.

Definição

São considerados os alimentos mais frequentes com risco alergénico o amendoim, leite de vaca, soja, trigo, frutos de casca rija, sésamo, peixe e marisco.

Epidemiologia

A incidência de doença alérgica tem vindo a aumentar continuamente ao longo das últimas décadas. A alergia alimentar em particular tem aumentado exponencialmente nos últimos anos, sendo que 1 em cada 13 crianças dos EUA tem alergia alimentar.

O que fazer

Principais princípios a ter em conta na introdução destes alimentos

- Não está recomendado o atraso da introdução de alimentos alergénicos, quer em bebés sem risco quer em bebés com alto risco alergénico.

- Estes alimentos devem ser introduzidos entre os 4 e 6 meses, se for de todo em todo impossível manter o bebé em aleitamento exclusivo para lá dessa idade

- Não devem ser o primeiro alimento a ser introduzido, só o sendo quando a introdução dos legumes e fruta já estiver bem estabelecida

- Inicialmente devem ser oferecidas pequenas quantidades do alimento, e se não houver reação, aumentar gradualmente a quantidade

- Posteriormente à introdução deve ser mantida uma ingestão regular, ou seja 2-3 vezes por semana. Introduzir um alimento alergénico e não manter a sua ingestão regular posterior aumenta o risco de desenvolver alergia a esse alimento.

- Não é aconselhável introduzir um alimento só porque tem potencial alergénico, se não faz parte dos hábitos da família e a probabilidade de ser regularmente consumido é baixa

Introdução do ovo

Independentemente do risco alergénico do bebé, e na impossibilidade de manter o bebé em aleitamento exclusivo, o ovo deve ser introduzido a partir dos 4-6 meses, cozido.

Inicialmente deve-se juntar ¼ de gema cozida à sopa e se não houver reação juntar ¼ de ovo cozido (com gema e clara). Posteriormente deve ser oferecido ovo bem cozinhado, ou seja cozido ou assado. Entende-se por ovo assado o ovo que vai ao forno e é processado a altas temperaturas, por exemplo misturado em massa de queque ou bolachas. O ovo não deve ser introduzido em panquecas ou ovos mexidos pois neste caso não é processado a altas temperaturas, é considerado mal cozinhado e consequentemente mais alergénico.

Introdução do amendoim

Independentemente do risco alergénico do bebé,  e na impossibilidade de manter o bebé em aleitamento exclusivo, o ovo deve ser introduzido a partir dos 4-6 meses, o amendoim deve ser introduzido a partir dos 4-6 meses, desde que faça parte da dieta familiar habitual.

Inicialmente deve ser introduzida 1-2 colheres de chá por semana de manteiga de amendoim diluída, que pode ser misturada na sopa, papa ou fruta. Em alternativa pode ser usada farinha de amendoim ou amendoim em pó. Antes dos 4 anos de idade não deve ser usada manteiga de amendoim com pedaços, pelo risco de engasgamento. Se o bebé gostar pode ser aumentada a quantidade progressivamente.

Introdução do glúten

Independentemente do risco alergénico do bebé, o glúten pode ser introduzido entre os 4 e os 11 meses. Pode por exemplo ser colocada massa na sopa. Devemos começar por oferecer pequenas quantidades e ir aumentando progressivamente.

Tratamento

Exames complementares

Não existe indicação para realizar análises de rastreio de alergia antes da introdução destes alimentos, mesmo em bebés com história familiar de alergia.

De igual modo, não há indicação para introdução destes alimentos a nível hospitalar qualquer que seja o risco alergénico do bebé.

Se reacção alérgica

Caso após a introdução de um novo alimento surjam sintomas como manchas na pele, vómitos ou outra possível manifestação de alergia alimentar (ver artigo “Princípios Gerais da Alergia Alimentar”), tal deve ser comunicação ao Pediatra da criança e o alimento não deve voltar a ser consumido até ordem médica em contrário.

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