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Introdução

Definição

A Cistografia (CURM) é um exame de imagem médica que ao utilizar uma técnica de Raio X, chamada fluoroscopia e um produto de contraste iodado, permite visualizar, filmar, fotografar (radiografar) e assim analisar a morfologia e o funcionamento da bexiga e da uretra.

Porque se faz?

Permite diagnosticar alterações morfológicas ou funcionais da bexiga e da uretra que possam ser a causa da doença da sua criança.

As principais indicações em pediatria são, na criança que sofre infecção urinária, detectar se existe refluxo de urina da bexiga para os rins ou se há alguma malformação da uretra. Caso se observe uma anomalia, um tratamento adequado será proposto para evitar lesões graves do aparelho urinário. Também é importante para avaliar perturbações da micção e no controlo evolutivo de um tratamento cirúrgico.

Como fazer uma CURM?

1. Quais os profissionais envolvidos?

  • O Auxiliar de acção médica (Assistente Operacional) prepara a sala, ajuda nos diversos actos médicos, colabora no posicionamento da criança e procede à limpeza do material.
  • O Enfermeiro que depois de lhe explicar o procedimento, desinfecta a região genital da criança, coloca através dum orifício e canal natural a sonda na bexiga (algalia).
  • O Técnico de Radiologia prepara o contraste, comanda a consola do aparelho de fluoroscopia proporciona a visualização do exame e o registro das imagens solicitadas pelo médico.
  • O Médico Radiologista acompanha e orienta o exame, escolhe as imagens que serão gravadas (radiografadas), interpreta o exame. Posteriormente elabora o relatório para o seu Médico.

2. Preparação para o exame?

Seguir as instruções específicas para o exame:

  • A criança nas duas semanas anteriores a marcação faz uma análise à urina (colheita asséptica). Só deve realizar a cistografia se a analise não acusar infecção (urocultura negativa).
  • No caso de existirem bactérias na urina, o exame é adiado. O Médico Assistente prescreve o medicamento indicado para tratar a infecção e a criança repete a análise de urina após terminar a terapêutica. Se a nova análise vier negativa o exame pode ser realizado. Trazer o resultado da análise à urina.
  • Se no dia do exame a criança tiver febre, deve informar o médico. O exame poderá ter que ser adiado consoante a situação clínica.
  • Habitualmente não há qualquer restrição alimentar e a criança pode comer e beber antes do exame, mas recomenda-se uma refeição leve.

Sedação?

  • Em casos particulares, nas crianças com idades compreendidas entre os dois e cinco anos, muito ansiosas ou que não colaboram noutros exames, pode- se justificar dar-lhes um calmante antes do exame. Caso o Médico Assistente ou os Pais considerem ser preferível proceder à sedação, será obrigatório a criança vir em jejum de seis horas.

Tempo do exame?

  • O exame dura cerca de 30 minutos, mas por vezes pode prolongar-se. Também nem sempre é possível iniciar o exame à hora da marcação, pois cada criança tem uma situação clínica diferente e uma forma de reagir imprevisível pelo que alguns exames demorarão mais que o esperado.
  • No caso de ocorrer um atraso, pedimos a sua compreensão e lembre-se que o mesmo poderá ocorrer com o seu filho.

Informar o Médico

  • No caso de alergias a medicamentos, produtos de contraste, iodo, latex…

Trazer exames anteriores ou que possam estar relacionados com o exame que a criança vai fazer.

3. Durante o exame

Ao entrar na sala do exame é recebido por um membro da equipa que após um breve questionário, explica-lhe o exame e responde às suas perguntas.

É desejável que a criança permaneça acompanhada por um familiar durante todo o exame para ficar mais tranquila e colaborar. Solicita-se ao familiar para vestir um avental de chumbo que o protege de radiação desnecessária. Se estiver grávida não deve entrar na sala do exame, avise logo na recessão.

As principais etapas do exame são:

  • A criança tira a roupa e veste uma bata do hospital.
  • Se já não usar fraldas, antes do exame vai à casa de banho esvaziar a bexiga.
  • O auxiliar de acção médica ajuda a criança a deitar-se na mesa de Raio X - Fluoroscopia.
  • O enfermeiro depois de colocar luvas, desinfecta as partes genitais da criança, introduz suavemente um tubo fino e maleável (sonda ou algalia) lubrificado com um gel anestésico através dum orifício e canal natural (a uretra) até à bexiga. O orifício por onde sai a urina do corpo, localiza-se no pénis nos rapazes e na margem superior da vagina nas meninas.
  • A introdução do tubo provoca algum desconforto. Trata-se de uma impressão desagradável que se torna dolorosa apenas se a criança se contrair.
  • A outra extremidade do tubo é conectada a um frasco que contem um produto de contraste, visível ao Raio X (iodo diluído).
  • O contraste escorre gota a gota pelo tubo e preenche a bexiga lentamente, (demora cerca de 15 minutos). São obtidas várias radiografias durante este processo.
  • Finaliza-se o exame com a micção que é espontânea na criança mais pequena. Na criança que já não usa fraldas pede-se para urinar directamente na mesa do exame, permanecendo deitada. Esta fase é a mais demorada do exame pois a criança habitualmente sente-se inibida de o fazer. As radiografias realizadas durante a micção são muito importantes para a interpretação do exame, pelo que se deve insistir na micção.
  • Todo este processo é acompanhado pelo médico radiologista, que durante o exame escolhe as incidências e as imagens mais importantes a serem gravadas. No final do exame informará aos Pais de forma breve os resultados e depois fará um relatório escrito que será enviado ao seu médico.

4. Após o exame

  • A criança pode voltar à sua actividade normal.
  • Deve beber mais líquidos.
  • Pode sentir dor ao urinar ou ter sangue na urina no próprio dia do exame. Se as queixas agravarem ou persistirem, deve contactar o Médico Assistente.
  • Um resultado preliminar oral do exame, mas não definitivo, poder-lhe-á ser transmitido caso o deseja pelo médico Radiologista.
  • Após uma análise atenta do exame, o Médico Radiologista elabora o relatório.
  • O seu Médico Assistente comunicará o resultado definitivo na consulta.

Evolução / Prognóstico

Quais os riscos?

Qualquer intervenção no corpo humano, mesmo conduzida com a máxima competência e segurança pode ter complicações.

Os Serviços de Radiologia dispõem de equipamento de radiologia e de reanimação de acordo com as normas de segurança em vigor.

Os riscos da cistografia são mínimos, quase inexistentes se o exame for realizado em Hospitais e Serviços de radiologia dedicados exclusivamente às crianças. (de preferência nos Hospitais Pediátricos).

O contraste iodado quando utilizado fora dos vasos habitualmente não está associado a alergias.

Quando da algaliação, em crianças agitadas existe o risco de traumatismo da uretra. Pode surgir sangue na urina (urina de cor rosada) que habitualmente para espontaneamente passado algumas horas. Estão também referidas infecções urinárias e retenção de urina.

Contacte o seu Médico ou o Serviço de Radiologia caso observa alguma anomalia (febre alta, dor à micção, retenção urinária).

Qual o risco de irradiação?

Associa-se um risco teórico de ligeiro aumento da probabilidade de incidência de certos cancros em idade adulta. Este risco, é incomparavelmente menos grave do que não diagnosticar um refluxo vésico-ureteral que poderá comprometer o desenvolvimento da criança e levar à insuficiência renal do seu filho.

Nenhum risco foi demonstrado nos pacientes devido às doses de RX (radiação ionizante) muito baixas emitidas e as precauções para limitar ao mínimo a zona a examinar. Nos aparelhos modernos as doses de radiação são mínimas e que correspondem em média entre 1 e seis meses de radiação solar consoante a idade da criança.

A formação dos Profissionais (Médicos, Técnicos; Enfermeiros; Assistentes Operacionais), o controlo rigoroso dos equipamentos e das salas de exame contribuem para que a dose de radiação seja a mais baixa possível para obter um exame com a qualidade suficiente para permitir o diagnóstico.

Prevenção / Recomendações

Explicar à sua criança o exame

Deve explicar à sua criança de forma simples o que acontece durante o exame. Tranquiliza –a  afirmando que estará sempre junto dela, que o exame embora possa ser desconfortável , não é doloroso e que, se estiver calma e colaborante, é mais fácil, rápido e os resultados finais são melhores.

A reter
  • Seguir as recomendações do Serviço de radiologia.
  • A cistografia ou uretrocistografia retrógrada miccional é um exame de diagnóstico por imagem que utiliza radiação ionizante (Rx) e permite o estudo da bexiga e da uretra. Na criança está principalmente indicada para despiste de refluxo da urina da bexiga para os rins devendo ser corrigido para evitar lesões graves nos rins. Deve fazer uma análise à urina (urina asséptica) 2 semanas antes do exame e o resultado deverá estar negativo para poder realizar o exame. Neste exame introduz – se o contraste na bexiga através dum cateter pela uretra (algália).
  • Pode ser necessário vir em jejum para fazer uma sedação caso a criança seja agitada e não colabore.
  • É importante a colaboração da criança, pode acompanha-la durante o exame caso não esteja grávida. Habitualmente o exame é indolor.
  • O radiologista pediátrico realiza e segue a cistografia, interpreta o exame e elabora o relatório que será enviado posteriormente ao médico assistente.
  • O resultado ser-lhe-á comunicado e explicado pelo médico assistente.

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